O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou à PGR o inquérito que investiga 37 indiciados por um plano golpista em 2022.
26 de Novembro de 2024 às 14h16

Moraes tira sigilo e envia à PGR inquérito da PF sobre golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou à PGR o inquérito que investiga 37 indiciados por um plano golpista em 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão significativa nesta terça-feira, 26 de novembro, ao retirar o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) que investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento agora está em posse da Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá a responsabilidade de avaliar as provas e decidir se apresentará denúncias formais contra os indiciados.

A investigação da PF, que culminou em um robusto relatório, aponta para a existência de um esquema que visava desestabilizar o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse em janeiro de 2023. O inquérito cita 37 pessoas, incluindo figuras proeminentes como Bolsonaro, os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), que é o partido de Bolsonaro.

Com o envio do relatório à PGR, o órgão, chefiado por Paulo Gonet, terá um prazo de 15 dias para decidir se apresentará uma denúncia formal, arquivará o processo ou solicitará novas diligências. Essa fase é crucial, pois determinará se os indiciados se tornarão réus no processo judicial. Caso a PGR opte por denunciar, o STF terá a responsabilidade de decidir se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus.

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O inquérito da PF revela detalhes alarmantes, incluindo a descoberta de uma “minuta do golpe” e indícios de planos para assassinar autoridades, como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. Essas informações foram obtidas através de interceptações e depoimentos que evidenciam uma trama complexa para desestabilizar a democracia brasileira.

Além disso, a PF prendeu recentemente cinco indivíduos, incluindo militares, que estavam envolvidos em um plano para sequestrar o ministro Moraes, um dos principais responsáveis pela investigação. O relatório final da PF detalha as ações de cada um dos indiciados e as articulações que ocorreram nos bastidores do governo Bolsonaro, com o objetivo de manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

A gravidade das acusações e a quantidade de pessoas envolvidas destacam a necessidade de uma investigação minuciosa. A PGR agora possui a tarefa de analisar as evidências e decidir os próximos passos, que podem ter implicações profundas para a política brasileira e para a estabilidade democrática do país.

O desfecho deste caso será acompanhado de perto, uma vez que a decisão da PGR e do STF poderá resultar em novos desdobramentos no cenário político, com possíveis consequências legais para os envolvidos. O Brasil aguarda ansiosamente por uma resposta sobre a integridade de suas instituições democráticas.

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