Ministro do STF retirou sigilo do relatório que indiciou Bolsonaro e outros 36 envolvidos em trama golpista.
26 de Novembro de 2024 às 14h26

Defesa de Jair Bolsonaro solicita cópia de inquérito após decisão de Moraes sobre sigilo

Ministro do STF retirou sigilo do relatório que indiciou Bolsonaro e outros 36 envolvidos em trama golpista.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido para obter a cópia do relatório da Polícia Federal (PF) que apontou o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que retirou o sigilo do documento nesta terça-feira. Este relatório revela a existência de seis núcleos envolvidos na conspiração golpista que culminou nos eventos de 8 de janeiro, além de listar todos os participantes.

A retirada do sigilo do documento ocorre após Moraes encaminhar o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, agora tem a responsabilidade de analisar o material, que contém mais de 800 páginas, e elaborar sua manifestação sobre a possibilidade de uma denúncia contra os investigados, o arquivamento do caso ou a solicitação de novas diligências.

Se a PGR decidir prosseguir com a acusação, o caso será enviado de volta ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do processo no Supremo. Fontes próximas à Procuradoria avaliam que é viável que a denúncia seja apresentada de forma conjunta contra Bolsonaro, incluindo outras investigações em andamento, como as relacionadas a joias sauditas e à fraude no cartão de vacina.

A expectativa é que, assim que a denúncia chegar ao STF, Moraes a submeta ao julgamento da Primeira Turma, presidida pelo ministro Zanin e composta também por Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Vale destacar que Dino e Zanin foram indicados pelo presidente Lula em seu terceiro mandato.

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Se os ministros decidirem pelo recebimento da denúncia apresentada pela PGR, Bolsonaro e os demais indiciados passarão a ser réus. Nesse cenário, tanto o ex-presidente quanto os outros réus terão a oportunidade de apresentar suas defesas ao Supremo e indicar testemunhas que possam contribuir para o processo.

Bolsonaro e as outras 36 pessoas, a maioria de origem militar, foram indiciados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. De acordo com investigações da PF, o plano para tomar o poder e manter Bolsonaro na presidência incluía a eliminação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes no final de 2022.

O planejamento para esses assassinatos, denominado "Punhal verde amarelo", foi impresso no Palácio do Planalto pelo então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, que foi preso e indiciado. A investigação revela que, em 16 de dezembro de 2023, o militar fez seis cópias desse arquivo, o que, segundo os investigadores, indica que as cópias seriam distribuídas em uma reunião.

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