Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral após investigações rigorosas
Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi desligado por justa causa após apuração da CGU e ficará sem cargos no Executivo por 8 anos.
A Caixa Econômica Federal anunciou a demissão de Antônio Carlos Ferreira de Sousa, ex-vice-presidente da instituição, por justa causa, após investigações que revelaram denúncias de assédio sexual e moral. A decisão foi formalizada nesta sexta-feira, 22 de novembro de 2024, e marca um importante passo na luta contra a cultura de assédio dentro da organização.
Sousa, que ocupou cargos de destaque na Caixa entre 2019 e 2022, estava afastado desde julho de 2022, quando surgiram as primeiras acusações durante a presidência de Pedro Guimarães, que também enfrentou sérias alegações de assédio. A Controladoria-Geral da União (CGU) conduziu uma investigação minuciosa que resultou na demissão do ex-dirigente, que agora está proibido de ocupar qualquer função comissionada no Poder Executivo Federal por um período de oito anos.
O desligamento de Sousa foi publicado no Diário Oficial da União e representa uma resposta firme da Caixa às denúncias que afetaram a imagem da instituição. Em nota, a Caixa reafirmou seu compromisso de não tolerar qualquer forma de assédio, destacando que as investigações foram iniciadas imediatamente após a recepção das denúncias no canal interno de denúncias, denominado Contato Seguro.
Após a apuração, a Caixa enviou um relatório conclusivo à CGU em outubro de 2023, evidenciando a seriedade com que o caso foi abordado. A assessoria de imprensa do banco declarou: “Com a finalização das investigações, a Caixa tomou as providências necessárias para o cumprimento da decisão.”
O caso de Antônio Carlos Ferreira de Sousa não é isolado. Em junho de 2022, um conjunto de denúncias de assédio moral e sexual emergiu, levando à investigação não apenas de Guimarães, mas também de outros altos executivos da Caixa. A situação desencadeou uma série de ações do Ministério Público, que investiga as práticas de gestão na instituição.
Além das consequências legais, Sousa enfrenta uma reputação manchada por suas ações. A Caixa já havia sido condenada a pagar indenizações significativas em outros casos relacionados a assédio, totalizando cerca de R$ 14 milhões em acordos e condenações. As investigações e os desdobramentos legais continuam, com a expectativa de que a Caixa adote medidas adicionais para prevenir futuras ocorrências de assédio.
O ex-vice-presidente, que não se manifestou publicamente após a demissão, representa um capítulo na tentativa da Caixa de se reestruturar e restaurar a confiança do público em suas operações. A instituição financeira, que desempenha um papel crucial na economia brasileira, agora enfrenta o desafio de assegurar que sua cultura organizacional seja reformulada para garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os seus colaboradores.
Com informações complementares, a Caixa se compromete a acompanhar de perto todas as ações e a implementar novas políticas de prevenção ao assédio, visando proteger seus funcionários e reforçar um ambiente de trabalho ético e profissional.
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