Após a promessa de Trump de aumentar tarifas sobre produtos chineses, China reafirma disposição ao diálogo e alerta para consequências globais.
26 de Novembro de 2024 às 08h22

China responde a anúncio de Trump sobre tarifas: "Ninguém vencerá uma guerra comercial"

Após a promessa de Trump de aumentar tarifas sobre produtos chineses, China reafirma disposição ao diálogo e alerta para consequências globais.

A China manifestou nesta terça-feira (26) que "ninguém vencerá uma guerra comercial" e reafirmou sua abertura ao diálogo, em resposta ao anúncio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas adicionais sobre mercadorias chinesas. Trump declarou que uma de suas primeiras ações como presidente será aumentar as tarifas em 10% sobre produtos provenientes da China, além das taxas já existentes. Mercadorias do México e do Canadá também serão impactadas, com tarifas de 25%, conforme anunciado pelo republicano.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que o país está "aberto a manter o diálogo e a comunicação" com a equipe de Trump, em meio a um clima de incerteza nas relações comerciais. As ameaças de novas tarifas provocaram reações imediatas nos mercados financeiros, com bolsas europeias registrando quedas significativas. No início das negociações, a Bolsa de Paris caiu 0,90%, Frankfurt 0,48%, Londres 0,29% e Milão 0,84%.

O anúncio das novas tarifas é uma promessa de campanha de Trump, que se comprometeu a assinar um decreto no dia 20 de janeiro, impondo tarifas de 25% sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, originários do México e do Canadá. Em sua rede social, Truth Social, ele afirmou: "Este imposto permanecerá em vigor até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais parem esta invasão do nosso país!".

Trump também mencionou a possibilidade de taxas aduaneiras que podem chegar a 60% para determinados produtos chineses e até 200% sobre veículos importados do México. As leis vigentes nos Estados Unidos conferem ao presidente a autoridade para implementar essas alterações por meio de decretos, estratégia que já foi utilizada anteriormente em seu mandato, especialmente em relação ao aço e ao alumínio.

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Em resposta a essa nova realidade comercial, a China tem buscado diversificar suas relações comerciais, reforçando laços com países do Sul global e com a Europa, visando reduzir a dependência do mercado americano. Isso inclui a assinatura de novos acordos comerciais e a participação em cúpulas internacionais que promovem o comércio multilateral.

A China também está implementando políticas para estimular a demanda interna, aumentando os gastos dos consumidores e investindo em projetos de infraestrutura. A iniciativa "Made in China 2025" é um exemplo desse esforço, focando no avanço das indústrias de alta tecnologia para diminuir a dependência de tecnologia estrangeira.

Com a iminência das novas tarifas, empresas chinesas já estão realocando sua produção para países como Vietnã, Malásia e Tailândia, com a intenção de continuar exportando para os Estados Unidos sem sofrer as penalidades tarifárias.

Economistas alertam que a imposição de tarifas punitivas por Trump poderá elevar a inflação na maior economia do mundo, impactando diretamente os consumidores. Além disso, essa medida pode ter repercussões negativas na economia global, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevendo uma possível redução no crescimento econômico mundial em 0,5%, o que poderia desencadear uma recessão global.

É possível que a China e outros países afetados respondam impondo suas próprias tarifas sobre produtos americanos, o que poderia agravar ainda mais as tensões comerciais e afetar a estabilidade econômica global.

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