O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, busca convencer aliados da Otan a convidar a Ucrânia para a aliança militar.
01 de Dezembro de 2024 às 17h25

Zelenskiy solicita apoio dos EUA para adesão da Ucrânia à Otan em reunião

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, busca convencer aliados da Otan a convidar a Ucrânia para a aliança militar.

KIEV – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, fez um apelo ao governo dos Estados Unidos, liderado por Joe Biden, solicitando que este convença os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a convidar a Ucrânia para integrar a aliança militar. O pedido surge em um momento crítico, à medida que a guerra na Ucrânia se aproxima de seu terceiro ano e as forças russas continuam a obter avanços no conflito.

Durante uma coletiva de imprensa em Kiev, Zelenskiy esteve acompanhado por Antonio Costa, o novo presidente do Conselho Europeu, que visitou a Ucrânia em seu primeiro dia no cargo para demonstrar solidariedade e apoio ao país na luta contra a agressão russa. O líder ucraniano enfatizou a urgência do convite, que deve ser formalizado em uma reunião da Otan agendada para esta semana em Bruxelas.

“Faltam apenas dois meses para o atual governo dos Estados Unidos”, alertou Zelenskiy, ressaltando a influência que os EUA possuem sobre os aliados céticos da Europa em relação à adesão da Ucrânia à Otan. Ele reconheceu que alguns membros da aliança ainda hesitam em estender o convite, o que pode impactar o futuro do país na organização.

Além disso, Zelenskiy mencionou as críticas de Donald Trump ao apoio dos EUA à Ucrânia. Trump, que assumirá a presidência em janeiro, já se manifestou sobre a necessidade de encerrar rapidamente a guerra, embora sem esclarecer como isso seria feito.

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As tropas russas têm avançado, capturando vilarejos na região leste da Ucrânia, enquanto intensificam os ataques aéreos, visando a infraestrutura energética do país à medida que o inverno se aproxima. O governo Biden, em uma medida de apoio, já havia concedido à Ucrânia permissão para utilizar armamentos ocidentais em ofensivas contra o território russo, o que provocou retaliações de Moscou com novos ataques.

Zelenskiy reiterou a demanda de que todas as tropas russas sejam retiradas do território ucraniano e que o país receba garantias de segurança equivalentes à adesão à Otan, para evitar novos ataques. “A Rússia controla quase um quinto do território ucraniano e exige o reconhecimento de suas anexações e a neutralidade permanente da Ucrânia”, explicou.

Recentemente, Zelenskiy propôs que a Ucrânia pudesse se tornar membro da Otan mesmo com a ocupação russa de parte de seu território. “Não pode haver convite da Otan para apenas uma parte do território ucraniano”, argumentou, sublinhando que um convite limitado equivaleria a um reconhecimento de que outras áreas não pertencem mais à Ucrânia.

Antonio Costa, por sua vez, reafirmou o compromisso da União Europeia com a Ucrânia, afirmando que “esteve com vocês desde o primeiro dia desta guerra de agressão” e que o bloco tomará medidas para integrar a Ucrânia antes de sua adesão formal, considerando a situação geopolítica atual.

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