Alemanha anuncia nova ajuda militar à Ucrânia de 683 milhões de dólares em visita a Kiev
Chanceler Olaf Scholz reafirma compromisso com a Ucrânia em visita surpresa e destaca apoio contínuo de Berlim.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou nesta segunda-feira (2) a concessão de uma nova ajuda militar à Ucrânia, totalizando 683 milhões de dólares, equivalente a 4,1 bilhões de reais. A declaração foi feita durante uma visita surpresa a Kiev, onde Scholz reafirmou o papel da Alemanha como o principal aliado da Ucrânia na Europa.
“A Alemanha continuará sendo o principal apoio da Ucrânia na Europa”, afirmou o chanceler, que está em campanha para sua reeleição. Esta visita é emblemática, pois ocorre em um momento crítico, com a Ucrânia enfrentando uma guerra de agressão russa há mais de mil dias.
Scholz, que se posiciona como um defensor da paz e da moderação, enfatizou a necessidade de evitar uma escalada do conflito entre as potências ocidentais e a Rússia. Sua visita anterior à Ucrânia foi em junho de 2022, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, logo após o início da invasão russa.
Em comunicado enviado à Agência France-Presse (AFP), o chanceler destacou: “Há mais de 1.000 dias, a Ucrânia se defende de maneira heroica contra a impiedosa guerra de agressão russa”. A visita tinha como objetivo expressar a solidariedade e o apoio contínuo de Berlim ao governo ucraniano, conforme declarado pelo porta-voz de Scholz.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, enfatizou a necessidade urgente de armas e garantias de segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) antes que qualquer negociação com a Rússia possa ser considerada. A visita de líderes europeus a Kiev acontece em um cenário de crescente tensão, especialmente após a Ucrânia ter lançado mísseis americanos e britânicos em território russo, levando a uma resposta de Moscou com um mísseis hipersônico experimental.
Nos últimos dias, intensificaram-se os apelos por negociações com Moscou, refletindo a crescente urgência da situação. A Alemanha, que se tornou o segundo maior fornecedor de armas à Ucrânia, após os Estados Unidos, enfrenta críticas tanto de defensores de um apoio mais robusto a Kiev quanto de eleitores que desejam uma redução na ajuda militar.
A visita de Scholz também é vista como uma oportunidade para reforçar sua posição em política externa, enquanto se prepara para uma votação antecipada em fevereiro, após o colapso de sua coalizão em novembro. O chanceler se comprometeu a fornecer mais equipamentos militares, que devem ser entregues ainda neste mês.
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