A Secretaria da Segurança Pública toma medidas após vídeo mostrar policial jogando homem de ponte em São Paulo
03 de Dezembro de 2024 às 14h38

Treze policiais são afastados após PM arremessar homem de ponte em SP

A Secretaria da Segurança Pública toma medidas após vídeo mostrar policial jogando homem de ponte em São Paulo

Treze policiais militares foram afastados de suas funções após a divulgação de um vídeo que mostra um agente arremessando um homem de uma ponte em São Paulo. O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (2), na zona sul da cidade, especificamente em Cidade Ademar.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou o afastamento imediato dos envolvidos, pertencentes ao 24º Batalhão da Polícia Militar, localizado em Diadema. Em nota, a SSP expressou seu repúdio à conduta ilegal dos policiais e informou que um inquérito foi instaurado para investigar os fatos e responsabilizar os agentes. “A instituição repudia veementemente a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes”, destacou a nota.

O jovem jogado da ponte, que estava em uma motocicleta sem placa, não sofreu ferimentos graves, segundo fontes policiais. Ele havia sido perseguido pelos policiais após fugir de uma abordagem na noite de domingo. A perseguição culminou em um trajeto de aproximadamente 2 km até a Cidade Ademar, onde ele foi interceptado.

Imagens do incidente mostram pelo menos quatro policiais envolvidos. Durante a abordagem, não foram encontrados itens ilícitos, mas a situação se intensificou quando o jovem foi arremessado da ponte, enquanto objetos como garrafas e pedras eram lançados na direção dos policiais.

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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a ação dos policiais não encontra respaldo nas diretrizes operacionais da corporação. Ele também enfatizou que a SSP não tolerará desvios de conduta e que os policiais envolvidos cumprirão expediente administrativo na Corregedoria até que as investigações sejam concluídas.

O governador Tarcísio de Freitas manifestou-se sobre o caso, prometendo rigor nas investigações e punições aos responsáveis. Em contrapartida, Claudio Silva, ouvidor das polícias de São Paulo, criticou a situação, afirmando que as medidas adotadas até agora não têm sido eficazes para conter a violência policial e que o estado enfrenta uma “política de morte e vingança”.

As imagens do ocorrido foram classificadas como “estarrecedoras” pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que ressaltou a necessidade de uma atuação rigorosa do Ministério Público para garantir que os responsáveis sejam punidos. Ele argumentou que os policiais tinham o dever de conduzir o homem, intacto, a uma delegacia e não agredir fisicamente um cidadão.

O caso levanta questões sérias sobre a atuação da polícia e a necessidade de uma reformulação nas práticas de segurança pública, especialmente em um contexto onde a violência policial é cada vez mais questionada pela sociedade.

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