“Violência policial não se justifica”, afirma senador após caso de homem jogado de ponte
O senador Jorge Seif (PL-SC) defendeu os policiais envolvidos em ato de violência; repercussão do caso gera protestos na capital paulista.
A repercussão do caso em que um homem foi jogado de uma ponte por um policial militar na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, provocou uma onda de manifestações e críticas à conduta da Polícia Militar (PM). O senador Jorge Seif (PL-SC) saiu em defesa dos agentes envolvidos, afirmando que a violência policial “não se justifica, ainda mais com pessoas rendidas e que não representam ameaça”.
O episódio ocorreu na última segunda-feira, 2, e rapidamente ganhou destaque nas redes sociais e na imprensa. Seif, em suas declarações, minimizou a gravidade da situação, questionando: “O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego? Não foi do penhasco?” Ele também expressou apoio incondicional aos PMs e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Os protestos convocados pela Frente Povo Sem Medo, marcada para esta quinta-feira, 5, em frente ao Theatro Municipal, foram motivados pela indignação popular diante de mais um caso de violência policial. O grupo, que inclui movimentos sociais de esquerda, argumenta que o incidente é apenas “a ponta do iceberg” de uma série de abusos cometidos pela PM sob a gestão de Derrite.
A Frente Povo Sem Medo, em um comunicado, destacou que a PM paulista frequentemente comete “atrocidades” que vitimam principalmente pessoas negras e de baixa renda. “Enquanto isso, o crime organizado se fortalece, infiltrando-se nas instituições públicas e nas forças de segurança do estado”, diz o texto. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou seu apoio a Derrite, afirmando que não haverá mudanças na sua equipe.
O caso do homem arremessado da ponte resultou no afastamento de treze policiais, com a Secretaria de Segurança Pública classificando a conduta como ilegal. A investigação foi instaurada para apurar os fatos e responsabilizar todos os envolvidos, conforme anunciado pela SSP.
A violência policial em São Paulo tem sido um tema recorrente, com números alarmantes. Entre janeiro e setembro de 2024, a polícia paulista foi responsável pela morte de 496 pessoas, um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior. Este cenário tem gerado cada vez mais questionamentos sobre a atuação das forças de segurança e a necessidade de uma reformulação nas práticas policiais.
O senador Jorge Seif, ao defender os policiais, citou uma frase do “filósofo” Sivuca, afirmando que “bandido bom é bandido morto”. Essa declaração provocou reações de repúdio entre diversos setores da sociedade, que veem na fala uma apologia à violência e à impunidade.
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