Em publicação anterior, o senador disse que o policial deveria ter jogado o jovem do penhasco e que o banho no córrego foi um prêmio.
05 de Dezembro de 2024 às 10h04

Senador Jorge Seif apaga postagem em defesa de PM que arremessou homem de ponte em SP

Em publicação anterior, o senador disse que o policial deveria ter jogado o jovem do penhasco e que o banho no córrego foi um prêmio.

O senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, deletou uma postagem em suas redes sociais onde defendia a ação de um policial militar que arremessou um homem de uma ponte em São Paulo. O incidente ocorreu na zona sul da capital, na região de Cidade Ademar, e se tornou alvo de intensa repercussão na mídia e nas redes sociais.

Na publicação que foi excluída, Seif questionou ironicamente se o policial não deveria ter jogado o homem “do penhasco” e afirmou que o “banho no córrego” seria um prêmio para a vítima. O senador, que é alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou a cobertura da imprensa sobre o caso, afirmando que “o erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego”.

“Tomar um banho no córrego é prêmio. Minha solidariedade e apoio incondicional aos PMs e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite”, escreveu o senador. A declaração, que gerou indignação em diversos setores da sociedade, foi acompanhada por uma citação ao músico Sivuca, que, segundo Seif, teria dito que “bandido bom é bandido morto”.

O episódio ganhou destaque após a divulgação de um vídeo que mostra a ação dos policiais. Nas imagens, um dos agentes é visto levantando o homem pelas pernas e arremessando-o no córrego. A vítima, identificada como Marcelo, feriu o rosto na queda e foi socorrida por moradores de rua que estavam nas proximidades.

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Após o incidente, a Secretaria de Segurança Pública afastou 13 policiais envolvidos na ação, que acontecia durante uma operação para dispersar um baile funk na região. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifestou, afirmando que é necessário fazer “ajustes” na corporação, mas negou que haja intenção de trocar o secretário de Segurança Pública.

Em suas declarações, Tarcísio enfatizou que “nenhum tipo de desvio de conduta” será tolerado, e reforçou que a ação dos policiais não condiz com os procedimentos operacionais da Polícia Militar. O secretário Derrite também se pronunciou, afirmando que a conduta dos agentes não tem respaldo nas normas da corporação e que as ações isoladas não devem denegrir a imagem da PM.

A repercussão do caso levou o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, a classificar as imagens do incidente como “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis”. Ele determinou que o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público acompanhe as investigações.

De acordo com dados do Gaesp, de janeiro a novembro deste ano, São Paulo registrou 697 mortes decorrentes de intervenções policiais, um aumento de 51% em comparação ao ano anterior. O número total de mortes por policiais civis e militares chega a 768, refletindo uma alta de 66% em relação aos primeiros dez meses de 2023.

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