Senador Jorge Seif apaga postagem em defesa de PM que arremessou homem de ponte em SP
Em publicação anterior, o senador disse que o policial deveria ter jogado o jovem do penhasco e que o banho no córrego foi um prêmio.
O senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, deletou uma postagem em suas redes sociais onde defendia a ação de um policial militar que arremessou um homem de uma ponte em São Paulo. O incidente ocorreu na zona sul da capital, na região de Cidade Ademar, e se tornou alvo de intensa repercussão na mídia e nas redes sociais.
Na publicação que foi excluída, Seif questionou ironicamente se o policial não deveria ter jogado o homem “do penhasco” e afirmou que o “banho no córrego” seria um prêmio para a vítima. O senador, que é alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou a cobertura da imprensa sobre o caso, afirmando que “o erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego”.
“Tomar um banho no córrego é prêmio. Minha solidariedade e apoio incondicional aos PMs e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite”, escreveu o senador. A declaração, que gerou indignação em diversos setores da sociedade, foi acompanhada por uma citação ao músico Sivuca, que, segundo Seif, teria dito que “bandido bom é bandido morto”.
O episódio ganhou destaque após a divulgação de um vídeo que mostra a ação dos policiais. Nas imagens, um dos agentes é visto levantando o homem pelas pernas e arremessando-o no córrego. A vítima, identificada como Marcelo, feriu o rosto na queda e foi socorrida por moradores de rua que estavam nas proximidades.
Após o incidente, a Secretaria de Segurança Pública afastou 13 policiais envolvidos na ação, que acontecia durante uma operação para dispersar um baile funk na região. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifestou, afirmando que é necessário fazer “ajustes” na corporação, mas negou que haja intenção de trocar o secretário de Segurança Pública.
Em suas declarações, Tarcísio enfatizou que “nenhum tipo de desvio de conduta” será tolerado, e reforçou que a ação dos policiais não condiz com os procedimentos operacionais da Polícia Militar. O secretário Derrite também se pronunciou, afirmando que a conduta dos agentes não tem respaldo nas normas da corporação e que as ações isoladas não devem denegrir a imagem da PM.
A repercussão do caso levou o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, a classificar as imagens do incidente como “estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis”. Ele determinou que o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público acompanhe as investigações.
De acordo com dados do Gaesp, de janeiro a novembro deste ano, São Paulo registrou 697 mortes decorrentes de intervenções policiais, um aumento de 51% em comparação ao ano anterior. O número total de mortes por policiais civis e militares chega a 768, refletindo uma alta de 66% em relação aos primeiros dez meses de 2023.
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