Corregedoria da PM solicita prisão de agente que arremessou jovem de ponte em SP
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo requisitou a prisão de um soldado após abordagem violenta que deixou a vítima ferida.
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo solicitou, nesta quarta-feira (4), à Justiça Militar a prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos. Ele foi flagrado arremessando um jovem de uma ponte durante uma abordagem na região de Cidade Ademar, na zona sul da capital paulista, na madrugada de segunda-feira (3).
O pedido de prisão ocorreu após a Corregedoria assumir o Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga a conduta de Pereira e outros policiais envolvidos na ação. O caso ganhou repercussão após a divulgação de um vídeo que mostra o momento da abordagem, onde o jovem, identificado como Marcelo do Amaral, de 25 anos, foi empurrado da ponte e caiu em um córrego.
Marcelo recebeu ajuda de moradores da região, que se mobilizaram para socorrê-lo. Ele foi resgatado e levado a um hospital, onde recebeu atendimento. Seu pai, António Donizete do Amaral, expressou indignação e classificou a atitude do policial como “inadmissível”, ressaltando que seu filho é trabalhador e não possui passagem pela polícia.
O Ministério Público também abriu uma investigação sobre o incidente, após determinações da Procuradoria-Geral de Justiça. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp) exigiram que a Polícia Civil enviasse, em 24 horas, cópias do boletim de ocorrência e das requisições de perícias relacionadas ao caso.
Além disso, a promotoria solicitou que a Corregedoria comprove, em até cinco dias, a instauração do IPM e o afastamento dos policiais envolvidos. Até o momento, treze agentes foram afastados das ruas enquanto as investigações prosseguem.
Em um comunicado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o policial que comete atos como “atirar pelas costas” ou “jogar uma pessoa da ponte” não está apto a exercer a função. Ele garantiu que o caso será rigorosamente investigado e que medidas punitivas serão aplicadas.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, também se manifestou, afirmando que a conduta dos policiais é inaceitável e que a instituição repudia veementemente ações que manchem a imagem da corporação. Ele ressaltou que todos os policiais que estavam em serviço no momento do ocorrido estão sendo ouvidos durante a apuração dos fatos.
As imagens capturadas pelas câmeras corporais dos policiais serão fundamentais para esclarecer os detalhes da ocorrência. O Gaesp recomendou que o comando da Polícia Militar reforce a aplicação dos procedimentos operacionais nas abordagens, visando a redução de abusos e letalidade policial.
Esse incidente marca mais um episódio de violência policial em São Paulo, levantando discussões sobre a necessidade de reformulação nas práticas de abordagem e a implementação de medidas de controle mais rigorosas dentro da corporação.
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