Corregedoria da PM solicita prisão de policial por incidente em São Paulo
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu a prisão preventiva de um soldado que arremessou um homem de uma ponte na zona sul da capital.
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo requisitou à Justiça Militar a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, após um incidente ocorrido na última segunda-feira (2), onde um homem foi arremessado de uma ponte durante uma abordagem policial na zona sul da capital. O pedido foi formalizado em um documento de seis páginas assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros.
O caso, que ganhou ampla repercussão nas redes sociais, ocorreu na rua Padre Antônio Gouveia, no bairro Cidade Ademar. Imagens capturadas por moradores mostram o momento em que o policial jogou o homem, identificado como Marcelo, de 25 anos, de uma altura de três metros, após uma tentativa de abordagem que não teve sucesso.
Em depoimento à Corregedoria, o soldado alegou que sua intenção era “projetar o homem ao solo”, justificativa que foi prontamente rejeitada pelos responsáveis pela investigação, que consideraram a ação como “errante e inaceitável”. O soldado já havia sido indiciado por homicídio em 2022, mas o processo foi arquivado em janeiro deste ano.
Marcelo, que não possui antecedentes criminais, foi resgatado por moradores da área após a queda e levado a um hospital, onde recebeu atendimento e já teve alta. Seu pai, Antonio Donizete do Amaral, expressou sua indignação: “É inadmissível. A polícia está aí para proteger, não para fazer isso. Meu filho é trabalhador e não tem envolvimento com nada”.
Além do soldado, outros 12 policiais do 24º Batalhão de Polícia de Diadema foram afastados por envolvimento no episódio. Eles estão sendo submetidos a um Inquérito Policial Militar (IPM) que visa apurar as circunstâncias da ocorrência e a conduta dos envolvidos.
A Secretaria de Segurança Pública do estado também se manifestou, afirmando que repudia veementemente a conduta ilegal adotada pelo policial e que medidas serão tomadas para garantir a responsabilização dos envolvidos. O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, condenaram publicamente o ato, ressaltando que comportamentos inadequados não serão tolerados dentro da corporação.
O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação paralela e solicitou cópias do boletim de ocorrência e das perícias realizadas. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) recomendam a implementação de câmeras corporais e cursos de reciclagem para os policiais, visando evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer.
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