A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu a prisão preventiva de um soldado que arremessou um homem de uma ponte na zona sul da capital.
04 de Dezembro de 2024 às 22h26

Corregedoria da PM solicita prisão de policial por incidente em São Paulo

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu a prisão preventiva de um soldado que arremessou um homem de uma ponte na zona sul da capital.

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo requisitou à Justiça Militar a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, após um incidente ocorrido na última segunda-feira (2), onde um homem foi arremessado de uma ponte durante uma abordagem policial na zona sul da capital. O pedido foi formalizado em um documento de seis páginas assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros.

O caso, que ganhou ampla repercussão nas redes sociais, ocorreu na rua Padre Antônio Gouveia, no bairro Cidade Ademar. Imagens capturadas por moradores mostram o momento em que o policial jogou o homem, identificado como Marcelo, de 25 anos, de uma altura de três metros, após uma tentativa de abordagem que não teve sucesso.

Em depoimento à Corregedoria, o soldado alegou que sua intenção era “projetar o homem ao solo”, justificativa que foi prontamente rejeitada pelos responsáveis pela investigação, que consideraram a ação como “errante e inaceitável”. O soldado já havia sido indiciado por homicídio em 2022, mas o processo foi arquivado em janeiro deste ano.

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Marcelo, que não possui antecedentes criminais, foi resgatado por moradores da área após a queda e levado a um hospital, onde recebeu atendimento e já teve alta. Seu pai, Antonio Donizete do Amaral, expressou sua indignação: “É inadmissível. A polícia está aí para proteger, não para fazer isso. Meu filho é trabalhador e não tem envolvimento com nada”.

Além do soldado, outros 12 policiais do 24º Batalhão de Polícia de Diadema foram afastados por envolvimento no episódio. Eles estão sendo submetidos a um Inquérito Policial Militar (IPM) que visa apurar as circunstâncias da ocorrência e a conduta dos envolvidos.

A Secretaria de Segurança Pública do estado também se manifestou, afirmando que repudia veementemente a conduta ilegal adotada pelo policial e que medidas serão tomadas para garantir a responsabilização dos envolvidos. O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, condenaram publicamente o ato, ressaltando que comportamentos inadequados não serão tolerados dentro da corporação.

O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação paralela e solicitou cópias do boletim de ocorrência e das perícias realizadas. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) recomendam a implementação de câmeras corporais e cursos de reciclagem para os policiais, visando evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer.

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