Após ser jogado de uma ponte, a vítima relatou detalhes do caso em delegacia da zona sul da capital paulista.
06 de Dezembro de 2024 às 23h13

Homem arremessado de ponte por policial militar presta depoimento em SP

Após ser jogado de uma ponte, a vítima relatou detalhes do caso em delegacia da zona sul da capital paulista.

Na tarde desta sexta-feira, 6, o homem que foi arremessado de uma ponte pelo policial militar Luan Felipe Alves Pereira prestou depoimento na 2ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, localizada na região do Brooklin, zona sul de São Paulo. O incidente ocorreu na madrugada da última segunda-feira, 2, na região de Cidade Ademar, também na zona sul da cidade.

Durante seu relato, a vítima, identificada como Marcelo, um entregador de 25 anos, afirmou que o soldado teria dito antes do ato violento: “Ou você pula ou jogo você”. Marcelo estava voltando da casa da namorada de moto quando se deparou com uma abordagem policial que rapidamente se tornou agressiva.

Luan Felipe Alves Pereira foi preso preventivamente na manhã da última quinta-feira, 5, a pedido da Corregedoria da Polícia Militar. A Justiça Militar agora investiga o caso e o PM pode responder por crimes como lesão corporal, peculato e prevaricação.

Marcelo relatou que, ao avistar o grupo de policiais, ficou assustado e tentou fugir. Ele afirmou que um dos policiais o agarrou pelo colarinho e o levou até a beirada da ponte, onde foi brutalmente arremessado. Imagens do ocorrido, que circularam nas redes sociais, mostram o momento em que ele cai em um riacho.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Após a queda, Marcelo recebeu ajuda de pessoas em situação de rua que estavam nas proximidades. Ele conseguiu pedir socorro a um motorista que passava e foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região, onde recebeu atendimento médico para ferimentos no rosto. A vítima deve passar por exames no Instituto Médico-Legal (IML).

O depoimento de Marcelo, que durou cerca de 40 minutos, apresenta divergências em relação ao relato dos policiais militares envolvidos no caso. Enquanto a versão da vítima indica que ele estava sozinho na moto e que não houve perseguição, os policiais afirmam o contrário, o que levanta questionamentos sobre a veracidade dos relatos.

Desde o incidente, Marcelo tem se mantido recluso, temendo represálias. Ele reside em um bairro próximo à ponte, mas optou por não retornar para casa temporariamente. O coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar, classificou a ação como “desmedida e inexplicável”, reconhecendo que as imagens indicam que a vítima não oferecia risco no momento da abordagem.

O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, repudiaram o episódio. O Ministério Público do Estado (MP-SP) também se manifestou, considerando a conduta dos policiais como “inadmissível” e dando início a uma investigação formal sobre o caso. Além disso, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar os fatos.

Veja também:

Tópicos: