O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro será questionado sobre inconsistências em depoimentos anteriores
05 de Dezembro de 2024 às 05h28

Mauro Cid presta novo depoimento à PF após validação de delação por Moraes

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro será questionado sobre inconsistências em depoimentos anteriores

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, comparecerá nesta quinta-feira, às 15 horas, à Policia Federal (PF) em Brasília para prestar um novo depoimento. Este interrogatório ocorre na sequência de uma reanálise de sua colaboração, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, validar sua delação premiada em 21 de novembro.

A nova oitiva, a décima primeira desde sua prisão em 2023, visa esclarecer “omissões e contradições” que foram identificadas pela PF em seus depoimentos anteriores, que estão relacionados a um suposto plano de golpe articulado no Palácio do Planalto no final de 2022.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, comentou a importância deste depoimento, afirmando que “a decisão de manter a integridade da colaboração foi pautada pela necessidade de ouvir novamente o colaborador”. Ele acrescentou que a PF não pediu a rescisão do acordo, mas enviou um ofício ao STF destacando as “circunstâncias” dos relatos de Cid.

A defesa de Cid reafirmou sua disposição em colaborar com as autoridades e prestar todos os esclarecimentos necessários. O militar já foi indiciado junto com Bolsonaro e outras 35 pessoas, com acusações que incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa no âmbito das investigações sobre a trama golpista.

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Recentemente, a PF concluiu a apuração sobre a trama, que envolve a mobilização de militares da elite do Exército, conhecidos como “kids pretos”, com o intuito de capturar o ministro Alexandre de Moraes.

Em depoimentos anteriores, Cid foi questionado sobre mensagens apagadas de seu celular e sobre um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que supostamente visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. A defesa do ex-ajudante negou que ele tivesse conhecimento sobre tal plano.

Após sua última oitiva na PF, Cid foi ouvido por Moraes, onde confirmou a realização de uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que teria sido um dos pontos de articulação para o golpe de Estado. No entanto, ele voltou a negar ter conhecimento sobre o plano de assassinato, conforme sua defesa.

A investigação continua a receber complementos, e o inquérito principal foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. A decisão sobre possíveis denúncias caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet.

A situação de Cid permanece sob vigilância, uma vez que seu papel na investigação é considerado crucial para o desdobramento dos eventos que cercaram a tentativa de golpe.

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