O tenente-coronel prestou depoimento de quase duas horas e negou saber de plano para assassinar autoridades
05 de Dezembro de 2024 às 23h06

Mauro Cid é ouvido novamente pela PF em investigação sobre golpe de Estado

O tenente-coronel prestou depoimento de quase duas horas e negou saber de plano para assassinar autoridades

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 5 de dezembro, em Brasília. A oitiva, que durou cerca de duas horas, foi parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Durante o depoimento, que começou às 15h, Cid foi questionado sobre o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como alvo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O militar negou ter conhecimento sobre tal plano, conforme relatado por fontes próximas ao inquérito.

A nova oitiva ocorreu duas semanas após Cid ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, que decidiu manter os benefícios de sua delação premiada, apesar de apontamentos da PF sobre contradições e omissões em seus depoimentos anteriores. O tenente-coronel já foi interrogado pela PF em 14 ocasiões e enfrenta indiciamento por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

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O inquérito que investiga a suposta trama golpista já foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir sobre possíveis denúncias contra os indiciados. Além de Cid, outras 36 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, também estão sob investigação.

Nos últimos meses, Cid tem se tornado uma figura central nas investigações, tendo assinado um acordo de delação premiada que o obriga a fornecer informações sobre as tentativas de golpe e outras irregularidades. Embora sua colaboração tenha sido mantida, a PF continua a apurar possíveis inconsistências em suas declarações, que podem afetar a validade do acordo.

As investigações revelaram que, segundo a PF, havia discussões entre ex-integrantes do governo Bolsonaro sobre a viabilidade de um golpe de Estado. Documentos e conversas interceptadas são parte das evidências coletadas ao longo de quase dois anos de apurações.

As autoridades ressaltam a seriedade das investigações e a importância de esclarecer todos os aspectos relacionados a esses eventos que ameaçam a democracia no Brasil. A continuidade dos depoimentos de Cid e de outros indiciados é vista como fundamental para a elucidação dos fatos.

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