Coronel Cassio Araújo de Freitas, comandante-geral da PM de São Paulo, diz que ação foi um erro individual e investigações estão em andamento.
03 de Dezembro de 2024 às 16h43

Chefe da PM sobre caso de homem jogado de ponte: 'Nunca vi algo parecido em 34 anos'

Coronel Cassio Araújo de Freitas, comandante-geral da PM de São Paulo, diz que ação foi um erro individual e investigações estão em andamento.

Durante uma entrevista à GloboNews, o coronel Cassio Araújo de Freitas, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, expressou sua indignação ao comentar o caso de um homem que foi jogado de uma ponte por um policial durante uma abordagem. O coronel afirmou: “Tenho 34 anos de serviço e nunca tinha visto algo parecido com isso”.

A ação, que foi registrada pelas câmeras das fardas dos policiais, está sendo analisada pela Corregedoria da PM. “Nessa operação, tínhamos 13 policiais, e as imagens estão sendo analisadas neste momento”, explicou Araújo, ressaltando a importância da transparência nas investigações.

Apesar da gravidade do incidente, o coronel classificou o erro como “individual” e negou que a letalidade policial em São Paulo seja um problema sistêmico. Entre janeiro e setembro deste ano, a PM paulista registrou 496 mortes, o maior número desde 2020, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado.

“Uma instituição com 90 mil homens, que trabalha 24 horas por dia e atende 30 milhões de ocorrências, inevitavelmente terá uma taxa de falha. Somos seres humanos”, argumentou o comandante. Ele enfatizou que, embora haja uma percepção de que os problemas são sistêmicos, a realidade é que esses incidentes são pontuais.

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O coronel também destacou que a Secretaria da Segurança Pública investiga todas as denúncias e que os envolvidos no caso já foram ouvidos. O policial que arremessou o homem da ponte prestou depoimento na tarde da última terça-feira.

As imagens do vídeo que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o policial levanta o homem pelas pernas e o joga do alto da ponte, resultando na aparição do corpo boiando nas águas do córrego.

O governador Tarcísio de Freitas, por sua vez, classificou a atitude do policial como “absurda” e afirmou que a PM deve prezar pela proteção da população. Ele declarou: “Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos”.

O secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, também confirmou o afastamento dos policiais envolvidos e prometeu “severa punição” para os responsáveis. “Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais”, disse ele, ressaltando que a corporação deve agir com responsabilidade e ética.

A Procuradoria-Geral determinou que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp) se associe ao promotor natural do caso, com o objetivo de punir exemplarmente os responsáveis por essa intervenções policiais que não atendem ao objetivo de garantir a segurança da população.

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