Partido Democrático denuncia ilegalidade e pressiona presidente a renunciar após crise política
04 de Dezembro de 2024 às 05h23

Oposição sul-coreana pede impeachment de Yoon Suk Yeol após tentativa de lei marcial

Partido Democrático denuncia ilegalidade e pressiona presidente a renunciar após crise política

Na Coreia do Sul, a crise política se intensificou após a tentativa do presidente Yoon Suk Yeol de declarar lei marcial. Em resposta, o Partido Democrático, principal força de oposição, anunciou que apresentará um projeto de impeachment contra o chefe de Estado.

Yoon, que já enfrenta uma popularidade em queda livre, decretou a lei marcial na terça-feira (3), alegando a necessidade de conter "forças antiestatais" associadas à oposição. No entanto, a medida foi rapidamente suspensa após a Assembleia Nacional rejeitar a proposta com 190 votos, provocando protestos em massa nas ruas de Seul, onde manifestantes clamavam por sua renúncia.

O líder do Partido Democrático, Lee Jae-myung, criticou a ação de Yoon como "ilegal" e convocou o povo a se reunir no Parlamento em protesto. “A ordem presidencial é uma violação da Constituição e deve ser desafiada”, afirmou Lee, pedindo que as tropas retornassem aos quartéis.

Com a situação em ebulição, o Partido Democrático informou que, caso Yoon não renuncie imediatamente, iniciará o processo de impeachment. Park Chan-dae, um dos líderes do partido, declarou que o presidente não possui mais condições de governar, uma vez que suas falhas administrativas foram expostas.

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A tentativa de Yoon de impor a lei marcial foi vista como uma manobra desesperada em um momento de crescente pressão política, incluindo investigações de corrupção que envolvem sua esposa. Desde sua eleição em 2022, Yoon tem enfrentado uma queda acentuada em sua popularidade, com índices de aprovação em torno de 20%.

Além disso, a recente recusa do Parlamento em aprovar o orçamento proposto pelo governo, que incluía cortes significativos, exacerbou as tensões entre o executivo e a oposição. O orçamento foi reduzido em mais de 17 bilhões de reais, o que gerou conflitos diretos com o gabinete presidencial.

O clima político na Coreia do Sul está tenso, com a possibilidade de um processo de impeachment se tornando cada vez mais real. O projeto de impeachment apresentado pela oposição deve ser discutido na Assembleia Nacional, onde, segundo a Constituição, é necessária a aprovação de dois terços dos deputados para que o processo avance ao Tribunal Constitucional.

Se o impeachment for aprovado, Yoon ficaria suspenso de suas funções até que o tribunal decidisse se o processo deve prosseguir. A situação continua a ser monitorada de perto pela comunidade internacional, que expressa preocupação com a estabilidade política no país.

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