Após a polêmica tentativa de impor lei marcial, partidos da oposição buscam destituição do presidente Yoon Suk Yeol.
04 de Dezembro de 2024 às 07h07

Oposição sul-coreana apresenta pedido de impeachment contra presidente Yoon Suk Yeol

Após a polêmica tentativa de impor lei marcial, partidos da oposição buscam destituição do presidente Yoon Suk Yeol.

Partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira, 4, uma moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol. A ação ocorre após a tentativa do mandatário de instaurar uma lei marcial no país, medida que gerou forte reação tanto no Parlamento quanto entre a população.

No último dia 3, Yoon decretou a lei marcial sob a justificativa de “limpar elementos pró-Coreia do Norte” e proteger a ordem constitucional. Contudo, a decisão foi rapidamente contestada pelos parlamentares, que a rejeitaram de forma unânime, levando o presidente a recuar na implementação da medida.

A pressão sobre Yoon aumentou com os protestos nas ruas da capital, Seul, onde manifestantes clamavam por sua renúncia. A situação política se tornou crítica, e a oposição, composta por seis partidos, decidiu agir, apresentando a moção de impeachment que poderá ser votada já na próxima sexta-feira, 6.

Em discurso televisionado, Yoon justificou sua decisão alegando ameaças de forças comunistas e de “elementos antiestatais” que, segundo ele, estariam comprometendo a liberdade e a felicidade do povo sul-coreano. Entretanto, muitos parlamentares e analistas políticos consideram a imposição da lei marcial um grave erro, ressaltando que o presidente não cumpriu os requisitos legais para tal medida.

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“A declaração de lei marcial do presidente Yoon Suk Yeol foi uma clara violação da Constituição. Não cumpriu com nenhum requisito para declará-la”, afirmou o partido Democrata em uma declaração oficial. A insatisfação dos parlamentares culminou em uma convocação de emergência, onde foi decidido que, caso Yoon não renuncie, iniciarão imediatamente os procedimentos para seu impeachment.

A crise política se intensificou com a convocação de uma greve geral por tempo indeterminado por parte da maior organização sindical do país, exigindo a saída do presidente. As reações à situação foram variadas, com a Casa Branca afirmando que não foi informada com antecedência sobre as intenções de Yoon, enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou alívio com a revogação da lei marcial.

O clima de incerteza e instabilidade política impactou os mercados, com a bolsa de Seul registrando perdas significativas e o won, a moeda sul-coreana, alcançando seu menor valor em relação ao dólar em dois anos. Observadores internacionais consideram que a manobra de Yoon foi um movimento desesperado, refletindo sua baixa popularidade e a crescente pressão tanto da oposição quanto da sociedade civil.

Yoon Suk Yeol, um ex-procurador que assumiu a presidência em 2022, agora enfrenta um futuro incerto, com sua legitimidade questionada por diversos setores da sociedade sul-coreana. A situação continua a ser monitorada de perto, com a expectativa de que a votação sobre o impeachment possa trazer novos desdobramentos para o cenário político do país.

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