Oposição sul-coreana apresenta pedido de impeachment contra presidente Yoon Suk Yeol
Após a polêmica tentativa de impor lei marcial, partidos da oposição buscam destituição do presidente Yoon Suk Yeol.
Partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira, 4, uma moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol. A ação ocorre após a tentativa do mandatário de instaurar uma lei marcial no país, medida que gerou forte reação tanto no Parlamento quanto entre a população.
No último dia 3, Yoon decretou a lei marcial sob a justificativa de “limpar elementos pró-Coreia do Norte” e proteger a ordem constitucional. Contudo, a decisão foi rapidamente contestada pelos parlamentares, que a rejeitaram de forma unânime, levando o presidente a recuar na implementação da medida.
A pressão sobre Yoon aumentou com os protestos nas ruas da capital, Seul, onde manifestantes clamavam por sua renúncia. A situação política se tornou crítica, e a oposição, composta por seis partidos, decidiu agir, apresentando a moção de impeachment que poderá ser votada já na próxima sexta-feira, 6.
Em discurso televisionado, Yoon justificou sua decisão alegando ameaças de forças comunistas e de “elementos antiestatais” que, segundo ele, estariam comprometendo a liberdade e a felicidade do povo sul-coreano. Entretanto, muitos parlamentares e analistas políticos consideram a imposição da lei marcial um grave erro, ressaltando que o presidente não cumpriu os requisitos legais para tal medida.
“A declaração de lei marcial do presidente Yoon Suk Yeol foi uma clara violação da Constituição. Não cumpriu com nenhum requisito para declará-la”, afirmou o partido Democrata em uma declaração oficial. A insatisfação dos parlamentares culminou em uma convocação de emergência, onde foi decidido que, caso Yoon não renuncie, iniciarão imediatamente os procedimentos para seu impeachment.
A crise política se intensificou com a convocação de uma greve geral por tempo indeterminado por parte da maior organização sindical do país, exigindo a saída do presidente. As reações à situação foram variadas, com a Casa Branca afirmando que não foi informada com antecedência sobre as intenções de Yoon, enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou alívio com a revogação da lei marcial.
O clima de incerteza e instabilidade política impactou os mercados, com a bolsa de Seul registrando perdas significativas e o won, a moeda sul-coreana, alcançando seu menor valor em relação ao dólar em dois anos. Observadores internacionais consideram que a manobra de Yoon foi um movimento desesperado, refletindo sua baixa popularidade e a crescente pressão tanto da oposição quanto da sociedade civil.
Yoon Suk Yeol, um ex-procurador que assumiu a presidência em 2022, agora enfrenta um futuro incerto, com sua legitimidade questionada por diversos setores da sociedade sul-coreana. A situação continua a ser monitorada de perto, com a expectativa de que a votação sobre o impeachment possa trazer novos desdobramentos para o cenário político do país.
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