Presidente da Coreia do Sul evita impeachment após boicote dos parlamentares do governo
Yoon Suk Yeol, atual presidente da Coreia do Sul, sobrevive ao pedido de impeachment em meio a protestos e boicote no parlamento.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, conseguiu evitar um processo de impeachment neste sábado (7) graças ao boicote de parlamentares do seu partido, o Partido do Poder Popular (PPP). A votação, que deveria avaliar uma proposta de destituição apresentada pela oposição, não reuniu o quórum necessário para sua validação.
Para que a votação do impeachment fosse considerada válida, era necessária a participação de pelo menos dois terços dos 300 deputados, ou seja, 200 votos. No entanto, apenas 195 parlamentares compareceram, e a maioria dos aliados de Yoon optou por não participar, deixando o plenário em um ato de protesto.
Durante o momento da votação, apenas um membro do PPP permaneceu em seu lugar, enquanto outros dois retornaram depois que a votação já havia começado. A ausência dos parlamentares aliados ao presidente foi vista como uma estratégia para evitar que o impeachment prosperasse, já que a oposição, que controla 192 cadeiras, teria necessitado de pelo menos oito votos do PPP para avançar com o processo.
O pedido de impeachment foi motivado por ações recentes de Yoon, que incluem a declaração de uma lei marcial na última terça-feira (3). Após a declaração, o presidente pediu desculpas ao povo, alegando que a decisão foi tomada em um momento de desespero e que ele não pretendia causar desconforto à população.
“Estou muito arrependido e gostaria de pedir sinceras desculpas ao povo que ficou chocado”, afirmou Yoon em um discurso. Apesar das controvérsias, ele reafirmou que não renunciaria ao cargo, deixando a situação política nas mãos de seu partido.
A votação deste sábado ocorreu em um contexto de crescente tensão política na Coreia do Sul, onde a oposição tem pressionado por maior responsabilidade do governo. A tentativa de impeachment é vista como uma resposta a uma série de escândalos envolvendo Yoon e sua administração, que resultaram em índices de aprovação extremamente baixos.
Desde que assumiu a presidência em 2022, Yoon, um conservador, tem enfrentado dificuldades para implementar sua agenda em um parlamento dominado por partidos de oposição. O clima político se agravou com a recente declaração de lei marcial, que foi a primeira desse tipo no país em mais de quatro décadas, gerando protestos massivos nas ruas em resposta à situação.
Os protestos contra Yoon têm se intensificado, com milhares de cidadãos exigindo sua destituição. No entanto, uma base de apoio ainda se mantém, com grupos menores de partidários defendendo o presidente e criticando a tentativa de impeachment como inconstitucional.
Com a nova votação para o impeachment marcada para a próxima quarta-feira (11), a situação política na Coreia do Sul permanece instável, enquanto a oposição se prepara para intensificar suas ações contra o governo de Yoon Suk Yeol.
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