Yoon Suk Yeol, atual presidente da Coreia do Sul, sobrevive ao pedido de impeachment em meio a protestos e boicote no parlamento.
07 de Dezembro de 2024 às 11h34

Presidente da Coreia do Sul evita impeachment após boicote dos parlamentares do governo

Yoon Suk Yeol, atual presidente da Coreia do Sul, sobrevive ao pedido de impeachment em meio a protestos e boicote no parlamento.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, conseguiu evitar um processo de impeachment neste sábado (7) graças ao boicote de parlamentares do seu partido, o Partido do Poder Popular (PPP). A votação, que deveria avaliar uma proposta de destituição apresentada pela oposição, não reuniu o quórum necessário para sua validação.

Para que a votação do impeachment fosse considerada válida, era necessária a participação de pelo menos dois terços dos 300 deputados, ou seja, 200 votos. No entanto, apenas 195 parlamentares compareceram, e a maioria dos aliados de Yoon optou por não participar, deixando o plenário em um ato de protesto.

Durante o momento da votação, apenas um membro do PPP permaneceu em seu lugar, enquanto outros dois retornaram depois que a votação já havia começado. A ausência dos parlamentares aliados ao presidente foi vista como uma estratégia para evitar que o impeachment prosperasse, já que a oposição, que controla 192 cadeiras, teria necessitado de pelo menos oito votos do PPP para avançar com o processo.

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O pedido de impeachment foi motivado por ações recentes de Yoon, que incluem a declaração de uma lei marcial na última terça-feira (3). Após a declaração, o presidente pediu desculpas ao povo, alegando que a decisão foi tomada em um momento de desespero e que ele não pretendia causar desconforto à população.

“Estou muito arrependido e gostaria de pedir sinceras desculpas ao povo que ficou chocado”, afirmou Yoon em um discurso. Apesar das controvérsias, ele reafirmou que não renunciaria ao cargo, deixando a situação política nas mãos de seu partido.

A votação deste sábado ocorreu em um contexto de crescente tensão política na Coreia do Sul, onde a oposição tem pressionado por maior responsabilidade do governo. A tentativa de impeachment é vista como uma resposta a uma série de escândalos envolvendo Yoon e sua administração, que resultaram em índices de aprovação extremamente baixos.

Desde que assumiu a presidência em 2022, Yoon, um conservador, tem enfrentado dificuldades para implementar sua agenda em um parlamento dominado por partidos de oposição. O clima político se agravou com a recente declaração de lei marcial, que foi a primeira desse tipo no país em mais de quatro décadas, gerando protestos massivos nas ruas em resposta à situação.

Os protestos contra Yoon têm se intensificado, com milhares de cidadãos exigindo sua destituição. No entanto, uma base de apoio ainda se mantém, com grupos menores de partidários defendendo o presidente e criticando a tentativa de impeachment como inconstitucional.

Com a nova votação para o impeachment marcada para a próxima quarta-feira (11), a situação política na Coreia do Sul permanece instável, enquanto a oposição se prepara para intensificar suas ações contra o governo de Yoon Suk Yeol.

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