Parlamentares da oposição se preparam para a votação que pode destituir Yoon Suk-yeol em meio a crise política.
05 de Dezembro de 2024 às 10h34

Votação do impeachment do presidente da Coreia do Sul será realizada neste sábado

Parlamentares da oposição se preparam para a votação que pode destituir Yoon Suk-yeol em meio a crise política.

SEUL – A Assembleia Nacional da Coreia do Sul se prepara para realizar a votação sobre o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol, marcada para este sábado, 7 de dezembro. A decisão surge em meio a uma crescente crise política, após a recente declaração de lei marcial feita por Yoon, que teve como objetivo consolidar seu poder, mas gerou forte reação tanto nas ruas quanto entre os aliados internacionais do país.

A proposta de impeachment requer o apoio de pelo menos 200 dos 300 deputados da Assembleia, sendo que a oposição conta com 192 parlamentares. O Partido do Poder Popular, ao qual Yoon pertence, prometeu votar em bloco contra a destituição do presidente, complicando as perspectivas de aprovação da moção.

“Todos os nossos 108 deputados permanecerão unidos para rejeitar o impeachment”, afirmou Choo Kyung-ho, líder do partido governista, em uma reunião realizada na última quinta-feira. Ele destacou que o partido está determinado a manter Yoon no cargo, apesar das dificuldades enfrentadas.

O clima de tensão aumentou após a imposição da lei marcial, que foi vista como uma tentativa de silenciar a oposição e restringir a liberdade de imprensa. A medida foi revogada pela Assembleia Nacional, mas não antes de provocar indignação popular e uma investigação policial contra Yoon por alegações de traição.

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Os parlamentares do Partido Democrático, de oposição, programaram a votação para as 19h locais (7h em Brasília). O parlamentar Kim Seung-won declarou que a “declaração de lei marcial de emergência do regime de Yoon Suk-yeol causou grande confusão e medo entre o nosso povo”.

Além da votação, a crise política levou à renúncia do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que havia recomendado a declaração de lei marcial. O novo ministro da Defesa, Choi Byung-hyuk, foi nomeado para assumir a pasta em meio a um cenário de instabilidade.

Se aprovada, a moção de impeachment será enviada para a Corte Constitucional, onde a condenação exigirá o voto de pelo menos seis dos nove juízes. A situação permanece delicada, com a pressão popular e a atenção internacional voltadas para as ações do governo sul-coreano nos próximos dias.

A crise também gerou divisões dentro do Partido do Poder Popular, que enfrenta a pressão de seus membros e a necessidade de manter a coesão em um momento crítico. O futuro político de Yoon Suk-yeol está em jogo, e a votação de sábado será um divisor de águas para a política sul-coreana.

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