O presidente sul-coreano enfrenta acusações de golpe e impeachment, enquanto a oposição clama por sua renúncia
09 de Dezembro de 2024 às 09h30

Yoon Suk Yeol é proibido de deixar a Coreia do Sul após crise política

O presidente sul-coreano enfrenta acusações de golpe e impeachment, enquanto a oposição clama por sua renúncia

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não poderá deixar o país, conforme anunciou nesta segunda-feira (9) o Ministério da Justiça. A decisão ocorre menos de uma semana após Yoon ter enfrentado uma grave crise política ao decretar uma lei marcial temporária.

Na noite de 3 de dezembro, Yoon enviou forças especiais e helicópteros ao Parlamento, em uma tentativa de manter o controle, mas acabou sendo forçado pelos legisladores a revogar o decreto militar. Esta manobra levou a um tumulto político significativo, com Yoon sobrevivendo a uma votação de impeachment no último sábado, mesmo diante de protestos massivos pedindo sua renúncia.

Bae Sang-up, secretário dos Serviços de Imigração do Ministério da Justiça, confirmou a proibição de saída do presidente durante uma audiência no Parlamento, enfatizando a gravidade da situação.

A tentativa de Yoon de estabelecer uma lei marcial, que durou apenas seis horas, culminou em um ambiente de caos político. Os legisladores conseguiram superar o bloqueio militar e realizar a votação para revogar a medida, forçando Yoon a recuar e desistir de sua estratégia.

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A oposição sul-coreana, por sua vez, acusou o partido governante de estar orquestrando um “segundo golpe” ao se apegar ao poder e rejeitar o impeachment de Yoon, que foi criticado por sua declaração de lei marcial. O líder do Partido Democrático, Park Chan-dae, declarou: “Não importa como tentem justificar, a essência permanece intacta: isto é o ato ilegal e inconstitucional de uma segunda insurreição e um segundo golpe de Estado”.

De acordo com a Constituição sul-coreana, o presidente é o chefe de Governo e comandante em chefe do Exército, a menos que seja incapacitado ou renuncie. Nesse caso, o poder é transferido temporariamente ao primeiro-ministro até que novas eleições sejam organizadas. Park destacou que a ideia de Yoon permanecer no cargo enquanto delega seus poderes ao primeiro-ministro, que não foi eleito, é uma “violação constitucional flagrante, sem nenhum fundamento legal”.

Além disso, investigações estão em andamento. Autoridades anunciaram a detenção do ex-ministro da Defesa e realizaram operações de busca em seu escritório. Proibições de viagem foram impostas a vários funcionários de alto escalão, e o general que assumiu o comando da lei marcial foi convocado para um interrogatório. Yoon também pode ser chamado a depor, segundo a polícia.

“Não há restrições humanas ou físicas sobre quem pode ser investigado”, afirmou Woo Jong-soo, comandante de investigação da Agência Nacional de Polícia, ressaltando que a investigação seguirá os princípios legais sem exceções.

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