Protestos em massa ocorrem em Seul após a tentativa de lei marcial que durou apenas seis horas e culminou em pedido de impeachment
04 de Dezembro de 2024 às 15h10

Cerca de 10 mil manifestantes exigem renúncia de Yoon Suk-yeol após crise política

Protestos em massa ocorrem em Seul após a tentativa de lei marcial que durou apenas seis horas e culminou em pedido de impeachment

SEUL - Cerca de 10 mil pessoas se reuniram nesta quarta-feira, 4, em frente ao Palácio Presidencial da Coreia do Sul, exigindo a renúncia do presidente Yoon Suk-yeol. O movimento, que ganhou força após a tentativa controversa de declaração de lei marcial, reflete um descontentamento crescente com a gestão do líder conservador, que teve sua autoridade questionada em meio a uma crise política sem precedentes.

A situação se agravou na terça-feira, 3, quando Yoon anunciou a imposição de uma lei marcial, alegando a necessidade de proteger a ordem constitucional frente a uma suposta ameaça de espiões da Coreia do Norte. A medida, que foi revogada apenas seis horas depois, provocou uma onda de indignação popular e levou partidos de oposição a apresentar um pedido de impeachment.

“O presidente deve prestar contas ao povo e explicar os motivos que o levaram a essa decisão extrema”, declarou Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, ao referir-se à tentativa de Yoon de consolidar seu poder em um momento de crescente pressão política. O líder oposicionista, Lee Jae-myung, também se manifestou, afirmando que a declaração de lei marcial foi “ilegal” e “uma violação da Constituição”.

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Os protestos em Seul foram organizados por sindicatos e grupos civis que clamam por mudanças na liderança do país. O maior sindicato trabalhista convocou uma greve geral por tempo indeterminado, afirmando que “não recuaremos até que Yoon renuncie”. A mobilização nas ruas é vista como um marco na luta pela democracia na Coreia do Sul, que já enfrentou períodos de repressão em sua história.

Além dos protestos, a Assembleia Nacional se prepara para votar a moção de impeachment, que precisa do apoio de 200 dos 300 deputados para ser aprovada. O Partido Democrático, principal força de oposição, e seus aliados já possuem 192 votos, o que significa que apenas algumas deserções do partido de Yoon seriam necessárias para alcançar a maioria necessária.

Se a moção for aprovada, Yoon poderá ser suspenso do cargo até que a Corte Constitucional se pronuncie sobre o caso. A pressão sobre o presidente aumentou ainda mais com a renúncia de vários membros de seu gabinete, incluindo o Ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que pediu desculpas pela confusão gerada pela declaração da lei marcial.

Os protestos de hoje foram marcados por um clima de determinação e esperança entre os manifestantes, que desafiaram as baixas temperaturas para exigir mudanças. “Estamos aqui para garantir que nossa voz seja ouvida e que a democracia prevaleça”, disse uma das organizadoras do protesto. A comunidade internacional observa com atenção o desenrolar da situação na Coreia do Sul, um importante aliado dos Estados Unidos na região.

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