Desaprovação do governo Lula atinge 90% entre agentes do mercado financeiro
Pesquisa aponta que apenas 3% dos economistas avaliam positivamente a gestão do presidente; Haddad tem 41% de aprovação.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial Quaest revelou que a desaprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou alarmantes 90% entre os agentes do mercado financeiro. O levantamento, que ouviu 105 gestores, economistas e analistas de fundos de investimento entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, mostra um aumento significativo em relação ao último estudo, feito em março, quando a desaprovação era de 64%.
De acordo com os dados, apenas 3% dos entrevistados consideram a gestão de Lula positiva, enquanto 7% a classificam como regular. O resultado reflete um clima de insatisfação crescente, especialmente em um contexto econômico tenso, onde a confiança na condução das políticas públicas é cada vez mais questionada.
A avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresenta um contraste interessante: 41% dos participantes da pesquisa veem seu trabalho de forma positiva, apesar de uma queda em relação aos 50% registrados anteriormente. No entanto, 24% consideram sua atuação negativa, um aumento significativo em relação ao passado.
O sentimento geral entre os economistas é de desconfiança em relação ao futuro. A pesquisa indica que 61% acreditam que a influência de Haddad diminuiu desde o início de sua gestão. Isso se deve em parte à pressão política que ele enfrenta, especialmente de figuras influentes dentro do próprio partido, como a deputada Gleisi Hoffmann.
Um dos principais pontos de crítica do mercado é o recente pacote fiscal anunciado pelo governo, que visa economizar mais de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. No entanto, a proposta foi recebida com ceticismo, com 58% dos entrevistados considerando-a nada satisfatória e 42% a avaliando como pouco satisfatória. As medidas são vistas como insuficientes para lidar com a deterioração das contas públicas.
Além disso, a pesquisa revelou que 96% dos economistas acreditam que a política econômica do governo não está na direção certa. Essa percepção negativa é agravada pela preocupação com a popularidade de Lula, que parece estar em primeiro lugar na agenda do governo, em detrimento de questões mais urgentes, como o equilíbrio fiscal.
Os dados da pesquisa também indicam uma visão pessimista em relação ao crescimento econômico. Embora uma projeção de alta de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto) tenha sido apresentada, 88% dos entrevistados esperam uma piora nas condições econômicas nos próximos 12 meses. Apenas 2% acreditam em uma melhora.
O cenário atual, com a inflação crescente e a alta do dólar, tem levado os agentes do mercado a reavaliar suas expectativas. O governo enfrenta um desafio monumental para recuperar a confiança do setor financeiro e, consequentemente, a estabilidade econômica do país.
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