Lula ironiza rejeição do mercado financeiro e afirma ter conquistado 10% de apoio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a pesquisa que mostrou 90% de reprovação entre agentes financeiros, mas se disse otimista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a inauguração do Projeto Cerrado, a maior linha única de produção de celulose do mundo, para rebater a pesquisa que apontou um aumento na rejeição ao seu governo. De acordo com o levantamento, a reprovação entre gestores, economistas e operadores de fundos de investimento subiu de 64% para 90%. Durante o evento, realizado em Ribas do Rio Pardo (MS), Lula afirmou que, apesar desse índice negativo, “ganhou” 10% do apoio do eleitorado, já que, nas eleições de 2022, o mercado estava totalmente contra sua candidatura.
“Ontem, saiu uma pesquisa que deu que 90% do mercado, daqueles que compõem a Faria Lima, são contra o meu governo. Eu já ganhei 10%, porque nas eleições eles eram 100% contra. Então, eu já cresci”, declarou Lula, ironizando os números apresentados. Ele destacou que o que realmente importa é o impacto das políticas públicas na vida da população.
O levantamento, realizado pela Genial Investimentos e divulgado no dia 4 de dezembro, revela que a insatisfação com o governo se intensificou, refletindo a reação negativa ao pacote de ajuste fiscal anunciado recentemente. A pesquisa foi conduzida entre 29 de novembro e 3 de dezembro, com 105 entrevistas feitas em São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar da desaprovação, Lula expressou otimismo em relação à economia brasileira, prevendo um crescimento de 3,5% para 2024, podendo chegar até 4%. Ele enfatizou a importância de investimentos em educação, afirmando que “é mais barato do que investir em presídio”, e reiterou que sua volta à presidência não foi apenas uma questão de necessidade pessoal, mas sim uma missão de provar que um “torneiro mecânico, sem diploma universitário, tem mais capacidade de governar o país do que aqueles que têm vários diplomas, mas não têm sensibilidade social”.
O presidente também se comprometeu a entregar um país economicamente favorável ao final de seu terceiro mandato, em 2026, embora reconheça que o mercado financeiro continuará “reclamando”. “Vamos entregar outra vez a economia crescendo, o povo consumindo, o mercado reclamando e as empresas que investem em produção fazendo investimento concreto porque o que importa é isso”, concluiu.
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