Operação contra desvios na Apae de Bauru resulta em prisões de oito suspeitos
Polícia Civil realiza ação em paralelo à investigação do assassinato da secretária-executiva da entidade, Claudia Lobo.
A Polícia Civil de Bauru (SP) deflagrou uma operação nesta terça-feira (3) que resultou na prisão de oito pessoas, suspeitas de envolvimento em um esquema de desvio de recursos na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Essa ação ocorre em um contexto delicado, já que investigações paralelas apuram o assassinato da secretária-executiva da entidade, Claudia Regina da Rocha Lobo, desaparecida desde o dia 6 de agosto.
Entre os detidos estão familiares de Claudia, incluindo sua filha, irmã, cunhado e ex-marido, todos acusados de participação nas fraudes que teriam desviado recursos da instituição. O ex-presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, já preso desde agosto sob suspeita de ter assassinado Claudia, também é um dos principais alvos da operação.
Os mandados de prisão foram cumpridos em diferentes cidades da região, incluindo Bauru, Agudos, Igaraçu do Tietê e Pederneiras. Além das prisões, a polícia apreendeu diversos bens, como veículos, joias e dinheiro, além de armas não registradas encontradas na posse de um ex-policial militar que trabalhava como segurança da Apae.
“As investigações revelam que os suspeitos operavam como uma organização criminosa, desviando valores da Apae ao longo de anos. A quantia exata dos desvios ainda está sendo apurada”, comentou o delegado Gláucio Stocco, responsável pela investigação.
Os detidos estão sendo investigados por crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa e foram presos temporariamente por cinco dias, prazo que pode ser prorrogado. A polícia estima que os desvios possam ter gerado prejuízos milionários à instituição, mas a quantia total ainda não foi divulgada.
Em nota, a Apae de Bauru informou que já está realizando uma auditoria contábil e financeira e que está colaborando com as investigações. A entidade reafirmou seu compromisso em continuar oferecendo serviços de assistência social, educação e saúde aos seus usuários durante esse período conturbado.
As investigações sobre o desaparecimento e suposto assassinato de Claudia Lobo também avançam. De acordo com a polícia, há indícios de que ela foi assassinada por Roberto Franceschetti Filho, que, após o crime, teria acionado um funcionário da Apae para ajudar a ocultar o corpo. O caso continua sob investigação e os desdobramentos podem resultar em novas prisões.
As repercussões da operação e das investigações em andamento têm gerado grande comoção na comunidade local, que acompanha atentamente os desdobramentos desse caso, que envolve questões de corrupção e violência dentro de uma instituição que deveria ser um pilar de apoio à sociedade.
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