Relatório revela que trabalhadores brancos ganham 70% a mais que pretos e pardos em 2023.
04 de Dezembro de 2024 às 10h47

Desigualdade salarial persiste entre brancos e negros no Brasil, aponta IBGE

Relatório revela que trabalhadores brancos ganham 70% a mais que pretos e pardos em 2023.

Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2023, os trabalhadores de cor ou raça branca no Brasil receberam, em média, 69,9% a mais que seus colegas pretos e pardos. Este dado alarmante destaca a persistente desigualdade salarial entre as raças, que se mantém praticamente inalterada há mais de uma década.

De acordo com a pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais”, divulgada na última quarta-feira (4), a média salarial dos trabalhadores brancos foi de R$ 3.847, enquanto os pretos e pardos receberam apenas R$ 2.264. Essa diferença acentuada evidencia uma desigualdade estrutural que se perpetua ao longo do tempo, com pequenas oscilações ao longo dos anos.

O estudo também aponta que a disparidade salarial se reflete em todas as faixas de escolaridade, sendo mais acentuada entre aqueles com ensino superior completo. Neste grupo, os trabalhadores brancos receberam, em média, R$ 40,20 por hora, enquanto os pretos e pardos ganhavam apenas R$ 28,10, resultando em uma diferença de 43%.

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Além da diferença salarial, o IBGE identificou que a informalidade no mercado de trabalho atinge mais fortemente a população preta e parda. Em 2023, 45,8% das pessoas em ocupações informais pertenciam a esses grupos, superando a média nacional de 40,7%. Em contrapartida, apenas 34,3% dos trabalhadores brancos estavam em situações de informalidade.

A pesquisa também revela que as mortes de jovens pretos e pardos foram predominantes em 2023, representando 17,3% do total de óbitos no país. Esses dados ressaltam a vulnerabilidade social enfrentada por esses grupos, que não apenas sofrem com desigualdade salarial, mas também com taxas alarmantes de mortalidade.

O IBGE também destaca que as mulheres pretas e pardas enfrentam uma dupla carga, não apenas em termos de rendimentos, mas também em relação à mortalidade. A situação das jovens que não estudam e não trabalham é preocupante, com a maioria pertencendo a esses grupos raciais.

Essas estatísticas colocam em evidência a necessidade urgente de políticas públicas que abordem a desigualdade racial e promovam a equidade no mercado de trabalho. A luta por justiça social e igualdade de oportunidades continua a ser um desafio premente para a sociedade brasileira.

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