Dados do IBGE revelam que 19% da população jovem não finalizou o ensino médio; desigualdade entre gêneros persiste.
04 de Dezembro de 2024 às 11h17

Mais de 9 milhões de jovens abandonam a escola sem concluir a educação básica em 2023

Dados do IBGE revelam que 19% da população jovem não finalizou o ensino médio; desigualdade entre gêneros persiste.

Em 2023, 9,1 milhões de jovens brasileiros, com idades entre 15 e 29 anos, abandonaram a escola antes de concluir a educação básica, o que equivale a 19% dessa faixa etária. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa intitulada Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024.

A pesquisa aponta que a maior parte dos jovens que deixaram os estudos, especificamente 4,5 milhões, pertence à faixa etária de 18 a 24 anos. Além disso, 515 mil têm entre 15 e 17 anos, e 4,1 milhões estão na faixa de 25 a 29 anos.

Um aspecto preocupante dos dados é que 63,7% dos jovens que abandonaram a educação básica não conseguiram concluir o ensino médio. Dentre esses, 39,4% não completaram o ensino fundamental e 24,3% apenas o finalizaram. O IBGE destaca que, entre os jovens de 15 a 17 anos, 53,6% não conseguiram concluir o ensino fundamental.

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As razões para o abandono escolar diferem entre os gêneros. Para os homens, a necessidade de trabalhar foi a justificativa mais recorrente, representando 53,5% dos casos. Em contraste, entre as mulheres, 32,6% abandonaram os estudos devido à gravidez e à necessidade de realizar tarefas domésticas, que se mostraram mais prevalentes do que a busca por trabalho, que foi citada por 25,5% das mulheres.

O IBGE também revelou que, em 2023, a proporção de jovens que não estudavam e não trabalhavam, conhecidos como “nem-nem”, atinge 76,5% entre as mulheres, enquanto entre os homens esse percentual é de 61,7%. Denis Guichard, analista de indicadores do IBGE, afirmou que as mulheres enfrentam mais obstáculos para conseguir emprego, citando que “os afazeres domésticos e o cuidado com parentes aumentam a dificuldade das mulheres para buscar uma colocação no mercado de trabalho”.

Os dados apresentados incluem informações sobre a estrutura econômica, o mercado de trabalho, as condições de vida e a distribuição de rendimentos da população brasileira. A pesquisa abrange recortes geográficos que incluem grandes regiões, estados e cidades, e traz uma análise detalhada das condições de vida segundo estratos geográficos e situações de pobreza monetária.

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