Na madrugada desta quarta-feira, o sistema elétrico cubano colapsou novamente, afetando a população já sobrecarregada por crises.
04 de Dezembro de 2024 às 14h42

Cuba enfrenta terceiro apagão em menos de dois meses devido a falha elétrica

Na madrugada desta quarta-feira, o sistema elétrico cubano colapsou novamente, afetando a população já sobrecarregada por crises.

O sistema elétrico nacional de Cuba sofreu um novo colapso na madrugada desta quarta-feira (4), resultando no terceiro apagão geral no país em menos de dois meses. A interrupção foi causada por uma falha na usina termelétrica Antonio Guiteras, conforme informou o Ministério de Minas e Energia.

Segundo o ministério, o incidente ocorreu às 2h08, quando um disparo do sistema automático levou à desconexão do Sistema Elétrico Nacional (SEN). A pasta anunciou que está “trabalhando no processo de restauração” do fornecimento de energia.

Este apagão segue duas interrupções significativas anteriores. Em 6 de novembro, a passagem do furacão Rafael causou uma queda de energia que se estendeu por vários dias. Em 18 de outubro, a mesma usina na província de Matanzas, próxima a Havana, havia provocado um apagão que durou quatro dias.

O ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, afirmou que “as condições são mais favoráveis do que na última desconexão”, ressaltando que “não houve danos às unidades de geração do país que estavam ligadas”. Ele expressou otimismo quanto à recuperação do fornecimento ao longo do dia.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Nas ruas de Havana, a manhã foi marcada pela ausência de movimento. Muitas famílias optaram por não enviar seus filhos à escola e os funcionários públicos foram informados sobre o fechamento de suas instituições. Uma moradora, identificada como Maria, expressou sua angústia: “A escuridão antes do amanhecer, meu Deus”, referindo-se às frequentes quedas de energia que têm afetado seu cotidiano.

Além dos apagões, a ilha enfrenta uma série de desastres naturais nesta temporada, incluindo dois furacões e um terremoto, que causaram a morte de oito pessoas e danos materiais significativos.

Este novo colapso no fornecimento de energia ocorre em um momento delicado, pois uma reunião entre autoridades americanas e cubanas está agendada para hoje em Havana, com o objetivo de revisar acordos bilaterais sobre migração, sendo este um dos últimos encontros do governo de Joe Biden sobre o tema.

Cuba, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, opera com um sistema elétrico envelhecido, composto por oito usinas termoelétricas que necessitam de manutenção constante. O país também utiliza geradores e usinas flutuantes alugadas de empresas turcas, que dependem de combustíveis importados que estão em falta na ilha.

Desde os apagões anteriores, a população tem enfrentado cortes de energia frequentes, com algumas províncias relatando interrupções quase diárias. Em setembro de 2022, Cuba já havia lidado com um apagão generalizado devido à passagem do furacão Ian, e atualmente enfrenta a pior crise econômica em 30 anos, marcada por escassez de alimentos, remédios, combustíveis e inflação elevada.

Veja também:

Tópicos: