Michel Barnier renuncia ao cargo de primeiro-ministro da França após moção de censura
O premiê Michel Barnier entregou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron após a votação que derrubou seu governo.
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, apresentou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron na manhã desta quinta-feira (5). A decisão ocorreu após a Assembleia Nacional aprovar uma moção de censura que resultou na queda de seu governo, uma medida apoiada por 331 deputados, superando a maioria absoluta de 288 votos.
Barnier, que estava no cargo desde setembro, tornou-se o premiê com o mandato mais curto da história da Quinta República Francesa. Em um encontro no Palácio do Eliseu, ele entregou sua saída ao presidente Macron, que pediu que Barnier permanecesse no cargo até a nomeação de um novo primeiro-ministro.
A moção de censura foi uma resposta à tentativa do governo de aprovar o orçamento para 2025, que incluía cortes de gastos e aumentos de impostos, medidas impopulares entre a oposição. Barnier tinha apenas 91 dias no cargo e sua saída marca um momento crítico para o governo de Macron, que enfrenta crescente descontentamento popular.
Em seu discurso, Macron se dirigirá à nação às 20h, no horário local, em um momento em que a estabilidade política na França é cada vez mais questionada. O presidente deverá abordar as preocupações dos cidadãos e reafirmar a solidez das instituições francesas.
A presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, expressou a necessidade urgente de um novo primeiro-ministro, solicitando que Macron tome uma decisão rapidamente. Em uma entrevista à rádio France Inter, ela destacou que “as instituições francesas são sólidas” e que o presidente deve lembrar disso em sua comunicação com o povo.
Braun-Pivet descreveu a censura ao governo de Barnier como um “fracasso coletivo”, enfatizando que a Assembleia deve encontrar meios para oferecer estabilidade ao país. Ela também pediu que Macron inclua todos os líderes partidários nas discussões sobre a formação do novo governo, incluindo representantes da extrema direita.
Com a adoção da moção de censura, Barnier se torna o primeiro premiê a ser derrubado por um voto de desconfiança desde 1962. Fontes indicam que Macron está considerando a possibilidade de nomear um novo primeiro-ministro antes da cerimônia de reabertura da catedral de Notre-Dame, programada para o próximo fim de semana, embora ainda não haja uma decisão final.
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