Disparos em Santa Cruz ferem duas mulheres em noite trágica no Rio de Janeiro
Elas foram atingidas enquanto estavam em um carro que passava pela região
Na mesma noite em que Kamila Vitoria Aparecida de Sousa Silva, de 12 anos, foi morta em um tiroteio na Favela da Guarda, em Del Castilho, duas mulheres foram feridas em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu nesta quinta-feira e, segundo informações obtidas por policiais que atenderam à ocorrência, as vítimas foram atacadas por milicianos enquanto transitavam de carro pelo bairro.
As mulheres foram imediatamente levadas para o Hospital Municipal Pedro II, onde, de acordo com relatos, estavam recebendo atendimento médico quando os policiais do 27º BPM (Santa Cruz) chegaram ao local. Até o momento, não há informações sobre o estado de saúde delas.
Testemunhas relataram que as mulheres podem ter sido atingidas após passarem por uma falsa blitz montada por milicianos na Estrada dos Palmares, na localidade conhecida como Jesuítas. As circunstâncias que levaram aos disparos ainda não foram esclarecidas.
A tragédia envolvendo Kamila, que ocorreu por volta das 21h, também está sendo investigada. A menina foi atingida enquanto brincava em uma quadra de futebol. As primeiras informações indicam que ela foi vítima de uma disputa territorial entre facções criminosas, especificamente entre o Comando Vermelho e milicianos. Traficantes teriam tentado invadir a comunidade da Guarda, que está sob o controle de um grupo paramilitar.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está conduzindo as investigações sobre a morte da menina. Familiares de Kamila já foram ouvidos, e os agentes buscam informações que possam ajudar a identificar a origem do disparo que a atingiu, além de esclarecer as circunstâncias do crime.
O pai de Kamila, Sandro Alves, um promotor de vendas, descreveu sua filha como uma aluna dedicada e cheia de sonhos. Em suas palavras, a menina era “uma boa garota, uma menina nota 10”. Ele recordou que, mesmo quando tirava notas baixas, a menina se esforçava para se recuperar. Kamila estava empolgada com a possibilidade de participar de um campeonato de vôlei, mas expressou insegurança sobre suas habilidades. Sandro lamentou: “Ela me pediu de presente de Natal uma joelheira para jogar vôlei, mas não deu tempo de eu comprar. Minha filha era cheia de sonhos que foram interrompidos pela violência”.
Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que, em 2024, 34 adolescentes foram baleados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, sendo 16 deles fatais e 18 feridos. Este dado evidencia a grave situação de violência enfrentada por jovens na cidade.
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