Polêmica no avião: especialistas discutem como lidar com frustrações infantis
Após viralização de vídeo, especialistas orientam pais sobre como validar sentimentos das crianças em situações de estresse
Recentemente, um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou uma mulher sendo hostilizada por se recusar a ceder seu assento na janela a uma criança que chorava durante um voo. A gravação, inicialmente postada com a intenção de criticar a atitude da passageira, acabou gerando apoio para a mulher, identificada como Jeniffer Castro, e levantou discussões sobre a forma como adultos lidam com as emoções das crianças.
A mãe da criança, Aline, que estava presente no episódio, relatou em entrevista que não se incomodou com a negativa de Jeniffer e chegou a pedir desculpas pela situação, trocando o filho de lugar. Em contrapartida, Jeniffer afirmou ter sido xingada e chamada de “imbecil” pela mãe, o que intensificou a polêmica nas redes.
Especialistas em desenvolvimento infantil comentaram que a forma como as pessoas reagiram no avião pode ter exacerbado a frustração da criança, que já estava chateada. A psicóloga Nanda Perim enfatizou que a presença de pessoas filmando e hostilizando Jeniffer dificultou o trabalho da mãe em acalmar seu filho, pois a situação foi percebida pela criança como muito mais séria do que realmente era.
“A criança percebe a hostilidade e isso pode aumentar seu estresse. A pressão social e a necessidade de se justificar diante de estranhos complicam ainda mais a situação”, explica Perim. Para a psicóloga Mayra Gaiato, a interferência de terceiros também gera uma carga adicional de estresse para os pais, que já enfrentam a frustração de seus filhos e o julgamento alheio.
Em momentos de estresse, é fundamental que os pais mantenham a calma e ajudem as crianças a entenderem seus sentimentos. Perim sugere que, quando uma criança está em uma situação de frustração, como a de querer um assento específico, é importante explicar de maneira clara o porquê da recusa e validar os sentimentos dela. “Dizer algo como ‘Eu entendo que você está chateado, mas aquele lugar é de outra pessoa’ pode ajudar a criança a processar a situação”, ressalta.
Os especialistas alertam que a birra e as explosões emocionais são parte natural do desenvolvimento infantil e não devem ser vistas como falta de educação. “É um preconceito comum atribuir essas reações a crianças mal-educadas, mas na verdade, são manifestações normais de uma fase de crescimento”, afirma Gaiato.
Concluindo, a situação envolvendo Jeniffer e a criança no avião ilustra a importância de se discutir como lidar com frustrações infantis, especialmente em ambientes públicos. Os pais são os principais modelos para seus filhos e, ao lidarem com essas situações de forma respeitosa e compreensiva, podem ensinar valiosas lições sobre empatia e convivência social.
Veja também: