Itaú denuncia ex-diretor financeiro por irregularidades e aciona Banco Central
Banco revela que ex-diretor teria agido em conflito de interesses em contratações, reportando o caso ao Banco Central.
O Itaú Unibanco anunciou a denúncia de seu ex-diretor financeiro por supostas violações de normas internas e por agir em grave conflito de interesses, em benefício próprio, em contratações relacionadas a pareceres técnicos. A acusação foi formalizada em ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quinta-feira, 5, e publicada no sábado, 7.
A ata, que traz a assinatura dos diretores José Virgilio Vita Neto e Álvaro Felipe Rizzi Rodrigues, detalha que a situação foi reportada ao Banco Central (BC). O caso foi inicialmente revelado pelo jornal Valor Econômico.
Conforme as investigações internas do banco, o ex-diretor teria utilizado sua posição privilegiada para aprovar pagamentos a um fornecedor com o qual mantinha vínculos pessoais. Os valores envolvidos nas transações somam cerca de R$ 10,45 milhões nos últimos quatro anos, sendo R$ 3,38 milhões em 2021, R$ 1,85 milhão em 2022, R$ 3,35 milhões em 2023 e R$ 1,87 milhão em 2024. O nome do fornecedor não foi divulgado.
Os resultados das investigações foram apresentados ao comitê de auditoria do Itaú, que concluiu que as supostas irregularidades não impactaram as demonstrações financeiras da empresa, uma vez que as ações se restringiram às contratações com o fornecedor específico, sem repercussões em outros contratos.
A assembleia do Itaú decidiu ainda que serão tomadas medidas legais contra o ex-diretor e o fornecedor supostamente envolvido, além de outros possíveis participantes das irregularidades. A apuração interna foi concluída em 24 de novembro e, segundo o documento, as ações de Broedel não afetaram as demonstrações financeiras da instituição.
Em resposta às acusações, a assessoria de imprensa do ex-diretor financeiro negou as alegações, caracterizando-as como “infundadas” e informou que Broedel tomará as medidas judiciais cabíveis. O ex-diretor, que deixou o Itaú em julho após 12 anos de trabalho, assumiu um novo cargo no Santander, na Espanha.
Recentemente, o Itaú enfrentou uma semana conturbada, com a demissão do diretor de marketing, Eduardo Tracanella, por uso indevido do cartão corporativo. O banco alegou que o executivo utilizou o cartão para despesas pessoais, o que configuraria quebra de confiança, embora não constitua crime. A situação foi detectada em um processo de auditoria interna.
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