Mãe descobre troca de bebês após três anos e inicia processo judicial contra hospital
Caso de troca de bebês no Hospital da Mulher, em Goiás, levanta questões sobre segurança e responsabilidade.
O caso de troca de bebês no Hospital da Mulher, localizado em Inhumas, na região metropolitana de Goiânia, voltou a ganhar destaque após as mães das crianças trocadas, Yasmin Késsia da Silva e Isamara Cristina Mendanha, descobrirem que os filhos que criaram não eram biologicamente seus. O erro ocorreu em 15 de outubro de 2021, durante partos realizados com apenas 14 minutos de diferença, ambos por cesariana.
As mães não puderam ter contato com os recém-nascidos imediatamente, em razão das medidas de segurança impostas pela pandemia de Covid-19. Yasmin, após a separação de seu marido, Cláudio Alves, começou a desconfiar da paternidade do filho, que não apresentava semelhanças físicas com ele. Essa suspeita culminou na solicitação de um exame de DNA.
O resultado, divulgado em outubro de 2024, revelou que Yasmin e Cláudio não eram os pais biológicos da criança. Surpresa e angustiada, Yasmin recordou-se de outra família que estava no hospital no mesmo dia do parto. Com a ajuda de um pastor, contatou Isamara, que também decidiu realizar um exame de DNA. O resultado confirmou a troca, provocando um impacto emocional profundo nas duas famílias.
Cláudio Alves expressou sua frustração, afirmando: “Esse erro mexeu com o destino das nossas vidas. Estamos sem chão e não sei como vamos seguir em frente”. Isamara, que cuidou do filho de Yasmin durante três anos, destacou a conexão que havia criado com a criança: “Nós queremos aproximação e, a partir desse momento, ser uma grande família”.
A investigação sobre o caso está sendo conduzida pela Polícia Civil de Goiás, que busca esclarecer as circunstâncias da troca. A defesa das mães já protocolou uma ação civil contra o hospital, solicitando indenização por danos morais e materiais. Além disso, foi pedido um exame de DNA cruzado entre os pais, a fim de determinar a verdadeira paternidade e maternidade das crianças.
O hospital se manifestou, afirmando que está colaborando com as investigações e fornecendo todos os documentos necessários. Em nota, a instituição ressaltou a seriedade do ocorrido e a importância de apurar os fatos. A defesa do hospital, no entanto, optou por não comentar detalhes do processo, devido ao sigilo legal.
Este caso levanta importantes questões sobre a segurança e a responsabilidade dos hospitais na gestão de recém-nascidos, especialmente em um contexto de pandemia, onde a interação familiar é limitada. As famílias envolvidas esperam que a justiça seja feita e que possam encontrar um caminho para reconstruir suas vidas.
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