Pais descobrem troca de bebês após três anos com as crianças erradas em Goiás
Casal fez exame de DNA durante divórcio e revelou que os filhos não eram biológicos. Investigação está em curso.
Duas famílias de Goiás enfrentam uma situação angustiante após descobrirem que seus bebês foram trocados ao nascer. Os eventos se desenrolaram no Hospital da Mulher, em Inhumas, onde os bebês vieram ao mundo em 15 de outubro de 2020, um às 7h35 e o outro às 7h49.
A descoberta ocorreu durante um processo de divórcio, quando Cláudio Alves, pai de um dos bebês, decidiu realizar um exame de DNA para confirmar a paternidade. A mãe, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também se submeteu ao exame. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, afirmou Yasmin, refletindo a dor de uma situação inesperada.
Os exames, realizados em 31 de outubro de 2024, revelaram que o sangue da criança não era compatível com o de Yasmin, o que levou à constatação de que a criança que ela acreditava ser sua não era, de fato, seu filho biológico. Em resposta ao ocorrido, o Hospital São Sebastião de Inhumas declarou que está colaborando com a investigação e que tomou conhecimento do caso apenas recentemente.
O hospital enfatizou, em nota, que está oferecendo todos os documentos necessários para a apuração do incidente, garantindo total transparência. “Assim que os fatos foram trazidos ao nosso conhecimento, adotamos medidas imediatas para garantir uma investigação completa”, informou a instituição.
A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) já está investigando a situação. Em nota, a PC-GO confirmou que os envolvidos foram ouvidos e que diligências estão em andamento para esclarecer a dinâmica do evento. “Os investigadores apuram possível crime cometido por profissional de saúde que não identificou corretamente mãe e filho”, destacou a nota.
De acordo com o artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o erro na identificação pode resultar em pena de seis meses a dois anos de prisão. A situação gera preocupação não apenas pelas implicações legais, mas também pelo impacto emocional nas famílias envolvidas.
O hospital, por sua vez, reafirmou seu compromisso com a segurança e a ética, ressaltando que está realizando uma sindicância interna para apurar o erro e identificar os responsáveis. “Estamos empenhados em revisar nossos protocolos de segurança para evitar que situações como essa se repitam”, declarou a instituição.
A investigação continua e as famílias aguardam esclarecimentos sobre a troca de bebês, que afetou suas vidas de maneira irreversível. A sociedade acompanha o desdobramento desse caso sensível, que levanta questões sobre a responsabilidade nas instituições de saúde.
Veja também: