Braga Netto se defende de acusações sobre envolvimento em golpe e assassinato
General Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro, nega conhecimento de plano golpista e assassinatos.
BRASÍLIA - A defesa do general Walter Braga Netto, que atuou como ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro, divulgou um comunicado na última sexta-feira, 6, no qual refutou as acusações de que o militar teria participado de um plano golpista e de assassinato. O general afirma que não teve acesso a qualquer documento relacionado a esses supostos crimes.
Braga Netto foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em um inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado ocorrida entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. O esquema, segundo a PF, incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Informações divulgadas pelo site ICL Notícias revelam que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assistente de ordens de Bolsonaro, declarou à PF que Braga Netto teria fornecido dinheiro para financiar um plano golpista denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que visava a execução de autoridades por um grupo de elite das Forças Armadas conhecido como Kids Pretos.
Em resposta às alegações, os advogados de Braga Netto ressaltaram que o general “não coordenou e não aprovou qualquer plano, nem forneceu recursos” para ações ilícitas. A PF atribui ao ex-ministro crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, com penas que podem totalizar até 28 anos de prisão.
O relatório da PF aponta Braga Netto como uma figura central na tentativa de golpe. Os documentos investigativos indicam que as chamadas “medidas coercitivas” do plano estavam destinadas a serem apresentadas ao general, o que demonstra sua suposta participação nos atos ilícitos.
“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e à abolição do Estado Democrático de Direito”, menciona a PF. O general, que foi candidato a vice-presidente em 2022, reforçou sua posição em favor do devido processo legal, afirmando que “a verdade prevalecerá sobre as narrativas”.
A defesa de Braga Netto continua a contestar a legitimidade das acusações, buscando esclarecer sua posição frente às investigações que avançam no Supremo Tribunal Federal, enquanto a sociedade observa atentamente o desenrolar dos fatos.
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