General da reserva foi preso sob acusação de envolvimento em plano golpista após eleições de 2022
14 de Dezembro de 2024 às 18h04

Defesa de Walter Braga Netto nega obstrução às investigações da PF

General da reserva foi preso sob acusação de envolvimento em plano golpista após eleições de 2022

A defesa do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, se manifestou neste sábado (14) após sua prisão pela Polícia Federal (PF) em uma operação que investiga um suposto plano de golpe de Estado. Os advogados do general afirmam que “não houve qualquer obstrução às investigações” e que tomaram conhecimento parcial sobre os fatos que levaram à detenção.

Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF alega que o general teria tentado interferir nas investigações relacionadas a um plano que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.

Em nota, a defesa, composta pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, destacou que “teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações” e que se manifestarão nos autos assim que tiverem plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão judicial.

As investigações apontam que Braga Netto teria buscado informações sobre a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, que também foi preso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende que a prisão preventiva do general é necessária para evitar interferências nas apurações.

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Os advogados do general ressaltaram que a detenção ocorreu logo após o retorno de Braga Netto de uma viagem, o que levantou questionamentos sobre a legalidade da operação, já que a Lei de Abuso de Autoridade prevê restrições para a realização de mandados de busca e apreensão em horários considerados impróprios.

Braga Netto é um dos principais alvos do inquérito que investiga a articulação de um plano golpista, sendo mencionado 98 vezes em um relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe. A investigação resultou no indiciamento do general, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 35 envolvidos.

Além disso, o coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, também foi alvo da operação. Documentos que sugerem um plano de desestabilização do governo foram encontrados em sua residência, o que intensifica as suspeitas sobre a atuação do general e seus aliados.

A defesa de Braga Netto afirma que a manifestação será feita nos autos assim que tiverem acesso completo aos detalhes do caso, reiterando a confiança na observância do devido processo legal.

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