A prisão do ex-ministro Walter Braga Netto foi fundamentada em depoimentos que revelam sua busca por informações sobre a delação de Mauro Cid.
14 de Dezembro de 2024 às 08h36

Motivos da prisão de Braga Netto estão ligados a tentativa de obstrução da Justiça

A prisão do ex-ministro Walter Braga Netto foi fundamentada em depoimentos que revelam sua busca por informações sobre a delação de Mauro Cid.

A prisão do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, realizada pela Polícia Federal (PF) neste sábado, foi motivada por evidências que indicam sua tentativa de obstruir a Justiça. A medida foi decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e está diretamente relacionada ao depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que revelou detalhes sobre sua delação premiada.

Segundo os documentos da investigação, Braga Netto teria buscado informações sobre o conteúdo da delação de Cid, o que, segundo os investigadores, caracteriza uma tentativa de obstrução. O tenente-coronel afirmou que o ex-ministro tentou descobrir detalhes de seu acordo de colaboração, o que levantou suspeitas sobre suas intenções e ações durante o processo investigativo.

As declarações de Cid foram corroboradas por provas coletadas pela PF, incluindo um documento encontrado na sala de um assessor de Braga Netto, que continha informações sobre a delação. Este documento, que foi apreendido durante a operação, sugere que houve um vazamento de informações que poderiam comprometer a investigação em curso.

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Além disso, o depoimento de Cid revelou que Braga Netto estaria envolvido em um esquema de financiamento de grupos militares, conhecidos como “kids pretos”, que supostamente estavam monitorando o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Cid alegou que o ex-ministro entregou dinheiro em caixas de vinho para esses militares, com o intuito de financiar ações que visavam desestabilizar o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.

A PF também identificou que Braga Netto estava pressionando possíveis delatores do plano de golpe, o que reforça a necessidade de sua prisão preventiva. A investigação aponta que o ex-ministro teria atuado como um dos articuladores do plano que visava manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições.

Os investigadores afirmam que as ações de Braga Netto não apenas comprometem a investigação, mas também demonstram uma clara intenção de interferir no processo judicial. A prisão preventiva foi considerada uma medida necessária para evitar a reiteração de ações ilícitas e garantir a integridade das provas coletadas até o momento.

Em resposta às acusações, a defesa de Braga Netto negou qualquer envolvimento em atividades ilegais e afirmou que o ex-ministro não tinha conhecimento sobre os supostos planos de golpe. No entanto, as evidências apresentadas pela PF e os depoimentos de Cid levantam sérias questões sobre a conduta do ex-ministro durante o período em que ocupou seu cargo.

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