O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre a detenção do general Braga Netto, argumentando que a prisão é injusta e sem fundamento.
16 de Dezembro de 2024 às 14h02

Bolsonaro critica prisão de Braga Netto e descarta possibilidade de delação

O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre a detenção do general Braga Netto, argumentando que a prisão é injusta e sem fundamento.

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a prisão do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14), afirmando que a detenção foi feita “por obstruir investigações já concluídas” pela Polícia Federal. Em suas declarações, Bolsonaro enfatizou que a apuração da PF sobre a suposta tentativa de golpe não se encerrou com o indiciamento de seu ex-ministro e de mais 39 pessoas.

Braga Netto, que foi ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro, foi preso em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. O ex-presidente, em conversas com aliados, expressou a opinião de que o general não tem chances de fechar um acordo de delação premiada, mesmo após sua detenção. “Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou Bolsonaro em uma postagem nas redes sociais.

A defesa de Braga Netto argumenta que não houve qualquer obstrução às investigações. Em nota, os advogados do general afirmaram que tomaram “conhecimento parcial” dos motivos que levaram à prisão e que poderão comprovar a inocência de seu cliente. Além disso, a defesa ressaltou que o general “não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos para tal”.

Investigadores, por sua vez, consideram improvável uma delação de Braga Netto, citando a “lealdade militar” como um fator que pode dificultar essa possibilidade. Contudo, não descartam completamente essa hipótese, lembrando que a pressão sobre os militares pode aumentar, especialmente após a prisão do general.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

De acordo com a investigação da Polícia Federal, Braga Netto estaria envolvido em um plano que incluía a entrega de dinheiro a militares para financiar ações que visavam desestabilizar o governo. A PF apontou que o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, possuía documentos que indicavam um planejamento golpista em andamento.

O indiciamento de Bolsonaro e seus aliados em novembro não concluiu a investigação da PF, que ainda pode avançar com novas diligências e prisões. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem a responsabilidade de formalizar acusações ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que ainda não ocorreu, e não há previsão para que isso aconteça.

Enquanto isso, a situação de Braga Netto na prisão é considerada confortável. Ele está detido em uma sala da 1ª Divisão do Exército, que foi adaptada para oferecer comodidades como ar-condicionado, TV e banheiro privativo. O general, que é o primeiro da ativa a ser preso na história recente do Brasil, tem direito a quatro refeições diárias, servidas por militares de patentes inferiores.

As reações à prisão de Braga Netto e à postura de Bolsonaro geram discussões acaloradas entre os militares e os investigadores. A expectativa é que a situação continue a se desenvolver nos próximos dias, à medida que novas informações possam surgir e a investigação da PF avança.

Veja também:

Tópicos: