Trump afirma que não pretende substituir Jerome Powell no Federal Reserve
Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, descarta mudanças na presidência do Fed ao assumir o cargo.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em uma entrevista recente que não tem a intenção de substituir o atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, quando assumir o cargo em janeiro. A declaração foi feita durante o programa "Meet the Press with Kristen Welker", da NBC News.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de destituir Powell, cujo mandato se estende até 2026, Trump respondeu: “Não, acho que não. Não estou vendo isso”. Ele ainda destacou que não acredita que Powell, com quem já teve conversas anteriores sobre taxas de juros, sairia de forma discreta do cargo.
“Acho que se eu dissesse a ele [para ir embora], ele faria isso. Mas se eu perguntasse, ele provavelmente não iria”, declarou Trump, enfatizando a relação complexa entre ambos, especialmente em relação às políticas monetárias.
Durante sua campanha, Trump prometeu reduzir taxas de hipoteca e outros custos de empréstimos, o que levanta preocupações sobre possíveis conflitos com Powell, especialmente considerando o histórico de tensões entre eles durante o primeiro mandato de Trump. Em diversas ocasiões, Trump criticou abertamente o Fed e suas decisões, especialmente ao longo de 2018, quando ficou insatisfeito com o aumento das taxas de juros.
A promessa de Trump de implementar tarifas generalizadas também pode complicar os esforços do Fed para controlar a inflação. Recentemente, Powell afirmou que não deixaria o cargo antes do término de seu mandato, mesmo que Trump tentasse removê-lo, ressaltando que tal destituição não é permitida pela legislação vigente.
Nomeado por Trump em 2018 para substituir Janet Yellen, que se tornou secretária do Tesouro sob a presidência de Joe Biden, Powell teve sua recondução aprovada por Biden. No entanto, a relação entre ele e Trump deteriorou-se ao longo do tempo, com o ex-presidente manifestando descontentamento por decisões que considerava prejudiciais à economia.
Os ataques de Trump ao Fed durante seu primeiro mandato quebraram uma tradição de presidentes que evitavam críticas diretas ao banco central, que possui autonomia legal e é supervisionado pelo Congresso. Em uma declaração recente, Trump indicou que gostaria de ter influência nas decisões do Fed, sugerindo um interesse em interferir na independência da instituição.
Atualmente, traders do mercado financeiro esperam que o Fed reduza as taxas de juros em sua próxima reunião de política monetária, agendada para os dias 17 e 18 de dezembro. Uma redução de um quarto de ponto percentual colocaria a taxa de política do Fed na faixa de 4,25% a 4,50%, um ponto percentual abaixo do nível observado em setembro, quando o banco central iniciou seu ciclo de flexibilização.
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