O presidente eleito dos EUA propõe negociações para a paz após encontro com Zelenski e Macron
08 de Dezembro de 2024 às 20h09

Trump pede cessar-fogo imediato na Ucrânia e sugere saída dos EUA da Otan

O presidente eleito dos EUA propõe negociações para a paz após encontro com Zelenski e Macron

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo neste domingo (8) por um cessar-fogo imediato entre a Ucrânia e a Rússia, destacando a necessidade de negociações para pôr fim ao que chamou de "a loucura" do conflito. As declarações de Trump surgem logo após sua reunião em Paris com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Trump, em uma postagem na rede social Truth Social, afirmou: “Zelenski e a Ucrânia gostariam de fazer um acordo e acabar com a loucura. Deve haver um cessar-fogo imediato e as negociações devem começar.” O republicano também mencionou que a Ucrânia teria perdido cerca de 400 mil soldados durante o conflito, um número que inclui tanto os mortos quanto os feridos.

O líder ucraniano, por sua vez, respondeu às declarações de Trump, ressaltando a importância de garantir a paz de forma eficaz. Em suas palavras, “quando falamos sobre uma paz efetiva com a Rússia, devemos, acima de tudo, falar sobre garantias eficazes para a paz. A guerra não pode simplesmente terminar com um pedaço de papel e algumas assinaturas.”

Trump, em sua entrevista à NBC, também indicou que estaria disposto a reduzir a ajuda militar americana à Ucrânia, levantando preocupações entre aliados e membros da comunidade de segurança nacional dos EUA. O ex-presidente afirmou: “Possivelmente. Sim, provavelmente, com certeza.”

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Além disso, Trump não descartou a possibilidade de os Estados Unidos se retirarem da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), caso os países membros não paguem suas contribuições ou se os EUA não forem tratados de forma justa. Ele reiterou sua preocupação com os gastos dos aliados da Otan, que, segundo ele, historicamente se beneficiaram do suporte militar americano.

Enquanto isso, o Kremlin respondeu às declarações de Trump, afirmando que está aberto a negociações, mas que estas devem ser baseadas em acordos anteriores e nas realidades atuais do campo de batalha. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia não recusou a possibilidade de diálogo, mas enfatizou que a Ucrânia deve não se juntar à Otan e que as regiões ocupadas devem permanecer sob controle russo.

A reunião entre Trump e Zelenski, que durou cerca de uma hora, foi descrita como produtiva, embora os detalhes da conversa não tenham sido divulgados. A expectativa é que as próximas semanas revelem mais sobre as intenções do novo governo americano em relação ao conflito ucraniano e à estratégia de segurança na Europa.

O apelo de Trump por um cessar-fogo imediato representa uma mudança significativa em sua abordagem em relação à guerra na Ucrânia e marca sua tentativa de se posicionar como um mediador na crise, antes mesmo de assumir oficialmente o cargo em 20 de janeiro.

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