'Bebi demais e fiz uma besteira enorme': amigos revelam últimas mensagens de Flávio desaparecido em Paris
Flávio de Castro Sousa, fotógrafo brasileiro de 36 anos, está desaparecido há 13 dias na França.
Flávio de Castro Sousa, fotógrafo brasileiro de 36 anos, está desaparecido há 13 dias desde que viajava em Paris. Amigos próximos relataram as últimas conversas que tiveram com ele, revelando detalhes alarmantes sobre sua situação antes do desaparecimento.
Flávio desapareceu no dia 26 de novembro, data em que deveria retornar ao Brasil após uma viagem para fotografar o casamento de uma amiga. Contudo, ele decidiu prolongar sua estadia para explorar mais a cidade. Na ocasião, estava em contato com Alexandre Callet, um amigo francês, e compartilhou que havia enfrentado uma situação crítica.
Alexandre foi a última pessoa a se comunicar com Flávio. Ele relatou que o fotógrafo havia caído na Ilha dos Cisnes, localizada no meio do Rio Sena, e aguardou por três horas até ser resgatado pelos bombeiros. Flávio foi levado ao hospital com suspeita de hipotermia. Em uma mensagem, ele descreveu sua experiência: “Os bombeiros disseram que tive sorte de estar vivo. Não consegui sair da água. Fiquei muito tempo lá. Eu bebi demais e fiz uma besteira enorme”.
Após receber alta, Flávio expressou preocupação com sua bagagem, que estava em um apartamento alugado. Ele comentou para Alexandre: “Não se preocupe, eu me viro”. O fotógrafo, então, conseguiu negociar um novo apartamento, onde pretendia passar mais um dia até conseguir um novo voo de volta ao Brasil.
Na última mensagem enviada a Alexandre, Flávio disse: “Vou tentar dormir. Estou exausto”. No dia seguinte, ao não receber resposta, Alexandre ficou apreensivo e tentou contatá-lo diversas vezes sem sucesso, o que o levou a achar a situação estranha.
Alexandre retornou ao apartamento alugado e, ao tentar acessar, encontrou dificuldades. Ele então contatou a imobiliária, que informou que um senhor de um restaurante próximo havia atendido o celular de Flávio. A partir desse ponto, Alexandre entrou em contato com Lucien, sócio de Flávio, e Rafael Basso, outro amigo que reside em Paris, para relatar o desaparecimento e buscar ajuda das autoridades.
Os amigos se dirigiram ao Consulado Brasileiro em busca de assistência e acesso às câmeras de segurança da área, já que Paris é uma das cidades mais monitoradas do mundo. Rafael Basso explicou que o processo para obter acesso às gravações é bastante restrito, o que dificultou a investigação inicial.
A situação ganhou repercussão no Brasil, com a Interpol emitindo um alerta para 196 países sobre o desaparecimento de Flávio. A mãe do fotógrafo, Marta Maria de Castro, expressou sua angústia ao acompanhar as investigações, descrevendo a dor de não saber o paradeiro do filho.
Na última terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, fez um apelo às autoridades francesas para que intensificassem as investigações e esclarecessem o caso. A Polícia Federal do Brasil também está colaborando nas buscas e investigações sobre o desaparecimento do fotógrafo.
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