Com abstenção de 29,26% nas últimas eleições, TSE considera aumentar multas e restringir justificativas de ausência.
09 de Dezembro de 2024 às 22h09

TSE avalia novas estratégias para reduzir abstenção nas eleições municipais de 2024

Com abstenção de 29,26% nas últimas eleições, TSE considera aumentar multas e restringir justificativas de ausência.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está analisando uma série de medidas para combater a alta taxa de abstenção nas eleições, que neste ano alcançou 29,26%, o segundo maior índice desde 2012. Entre as propostas em discussão, destacam-se o aumento do valor das multas para eleitores que não comparecem às urnas e a possibilidade de eliminar a justificativa de ausência no dia da votação.

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, manifestou sua preferência por priorizar campanhas de conscientização sobre a importância do voto, mas não descartou a adoção de medidas mais rigorosas. “Eu acho que o brasileiro já está tão cansado de tudo que aumenta de ônus. Uma coisa é você contar para ele que esse é um direito importante para você, para quem vem depois de você, para quem já veio antes de você. Eu sempre acho que o que é só uma imposição não fica para sempre”, afirmou a ministra em entrevista após a apresentação do Relatório de Avaliação das Eleições de 2024.

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Segundo Cármen Lúcia, a Justiça Eleitoral se compromete a investigar as diversas causas que contribuem para a abstenção, buscando formas de reduzir essa taxa, “ou pelo menos convidar o eleitor com mais foco”. A ministra ressaltou que a análise deve considerar não apenas a abstenção em geral, mas também as particularidades de diferentes grupos eleitorais.

Na apresentação do relatório, a ministra rejeitou a ideia de que o eleitor tenha perdido o interesse em participar do processo eleitoral. Ela destacou que a taxa de abstenção inclui o eleitorado facultativo, que abrange jovens entre 16 e 18 anos e pessoas com mais de 70 anos. Enquanto a ausência entre os jovens foi de 10,57%, entre os eleitores acima de 70 anos, o percentual saltou para 51,08%. “Pegar um dado frio e dizer que é a abstenção total leva eventualmente a equívocos”, observou.

Essas discussões ocorrem em um contexto em que a participação eleitoral é vista como fundamental para a democracia. A expectativa é que, com a implementação de novas estratégias, o TSE consiga não apenas reduzir a abstenção, mas também aumentar o engajamento dos cidadãos nas próximas eleições, promovendo um ambiente mais participativo e consciente.

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