BlackRock sugere alocação de 1% a 2% em Bitcoin para diversificação de carteiras
Agestora BlackRock recomenda que investidores considerem o Bitcoin como parte de suas estratégias, destacando seu potencial de retorno ajustado ao risco.
A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, divulgou recomendações para investidores sobre a alocação de Bitcoin em suas carteiras. Segundo a empresa, uma participação entre 1% e 2% pode ser benéfica para a diversificação e oferecer um retorno ajustado ao risco que se assemelha ao das ações de grandes empresas de tecnologia, como Apple e Microsoft.
O relatório da BlackRock sugere que o Bitcoin, embora considerado um ativo de risco, pode funcionar como uma reserva de valor, similar ao ouro. A gestora argumenta que a criptomoeda apresenta uma correlação relativamente baixa com ativos tradicionais, o que a torna uma opção estratégica em tempos de instabilidade econômica.
Os analistas da BlackRock afirmam que alocações superiores a 2% podem aumentar significativamente a volatilidade do portfólio, devido à histórica instabilidade do preço do Bitcoin. “Ir além disso aumentaria drasticamente a participação do Bitcoin no risco geral do portfólio”, afirmam os gestores.
O estudo considera uma carteira típica, com 60% em renda variável e 40% em renda fixa. Nesse cenário, cada uma das sete ações das chamadas Magnificent Seven representa, em média, 4% do risco ponderado da carteira. Com o Bitcoin, uma alocação de 1% representa 2% do risco total, enquanto 2% eleva esse risco para 5%. A gestora recomenda que os investidores mantenham a alocação entre 1% e 2% para evitar riscos excessivos.
Além disso, a BlackRock enfatiza que os investidores devem focar na valorização esperada do Bitcoin, que pode ser impulsionada por uma adoção mais ampla da moeda digital, em vez de considerar o retorno baseado em fluxo de caixa, como se faz com ações tradicionais.
Os gestores também notam que, apesar da volatilidade histórica do Bitcoin, a popularização de seu uso pode reduzir os riscos associados. “A correlação entre o Bitcoin e o retorno de ações tem sido baixa”, destacam, sugerindo que a criptomoeda pode oferecer uma fonte diversificada de retorno.
Recentemente, o Bitcoin atingiu um novo pico histórico, superando os 106 mil dólares, impulsionado por declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou planos para criar uma “reserva estratégica” de Bitcoin, semelhante à reserva de petróleo americana. Essa declaração gerou um aumento significativo no interesse e na valorização do ativo.
Desde a vitória de Trump sobre Kamala Harris, o Bitcoin acumulou uma valorização superior a 50%, refletindo expectativas de políticas favoráveis às criptomoedas no novo governo. A crescente aceitação institucional do Bitcoin também tem sido um fator importante para sua valorização, com a BlackRock buscando aprovar um fundo negociado em bolsa (ETF) de Bitcoin nos Estados Unidos.
Embora defensores do Bitcoin ressaltem suas vantagens, como segurança e descentralização, críticos apontam para os riscos de volatilidade e o alto consumo energético da criptomoeda. O cenário atual destaca a necessidade de uma abordagem cuidadosa na alocação de Bitcoin em portfólios de investimentos, considerando tanto os potenciais benefícios quanto os riscos associados.
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