Bitcoin atinge novo recorde de US$ 106 mil após proposta de Trump sobre reserva
Presidente eleito dos EUA sugere a criação de reserva estratégica de bitcoin, impulsionando o mercado da criptomoeda.
O bitcoin, a maior e mais conhecida criptomoeda do mundo, alcançou um novo marco histórico nesta segunda-feira (16), sendo negociado acima de US$ 106 mil. Este aumento significativo foi impulsionado por declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou a intenção de criar uma reserva estratégica de bitcoin no país, semelhante à reserva estratégica de petróleo.
Trump, em entrevista à CNBC, afirmou: “Faremos algo grandioso com as criptomoedas porque não queremos que a China ou qualquer outra pessoa — não apenas a China, mas outros também — adotem essa liderança. Queremos ser os líderes”. Essa declaração gerou um otimismo renovado entre os investidores, que veem a possibilidade de um ambiente regulatório mais favorável às criptomoedas sob sua administração.
O valor do bitcoin subiu para US$ 106.533 durante o dia, embora tenha recuado para US$ 104.493 até o fechamento do mercado, representando uma alta de 3,1%. O ether, outra criptomoeda significativa, também apresentou valorização, subindo 1,2%, para US$ 3.952.
O entusiasmo dos investidores é palpável, especialmente após a inclusão da MicroStrategy, uma empresa que se tornou uma das maiores compradoras de bitcoin, no índice Nasdaq 100. Essa mudança é vista como um indicativo de que mais investidores podem se interessar pelo ativo digital, aumentando ainda mais a demanda.
Desde a eleição de Trump em 5 de novembro, o bitcoin já acumula uma valorização superior a 50%. O mercado de criptomoedas, como um todo, quase dobrou de valor neste ano, atingindo um total de mais de US$ 3,8 trilhões, segundo dados da CoinGecko.
Além de Trump, outros líderes globais também têm discutido a criação de reservas estratégicas de criptomoedas. O presidente russo, Vladimir Putin, por exemplo, levantou questões sobre a necessidade de manter reservas em moedas estrangeiras, sugerindo que muitos países estão se voltando para ativos alternativos, como o bitcoin, devido à desvalorização do dólar americano como moeda de reserva mundial.
“Por exemplo, bitcoin, quem pode proibi-lo? Ninguém”, declarou Putin, enfatizando a crescente aceitação das criptomoedas no cenário global.
Entretanto, nem todos compartilham do mesmo otimismo. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, comparou o bitcoin ao ouro, afirmando que a criptomoeda não está sendo utilizada como forma de pagamento ou reserva de valor, e que sua volatilidade a torna um ativo arriscado. “As pessoas não o estão usando como forma de pagamento ou como reserva de valor. É altamente volátil, não é um concorrente do dólar”, disse Powell.
Apesar das preocupações, a proposta de Trump de criar uma reserva estratégica de bitcoin é vista como um passo que poderia legitimar ainda mais a criptomoeda no cenário econômico. Especialistas alertam, no entanto, que a implementação de tal reserva exigiria um planejamento cuidadoso e uma comunicação clara com os participantes do mercado.
Chris Weston, chefe de pesquisa da Pepperstone, comentou: “Acho que ainda precisamos ser cautelosos em relação a uma reserva estratégica de bitcoin e, pelo menos, considerar que isso não deve acontecer tão cedo”. Essa cautela reflete a necessidade de um entendimento mais profundo sobre as implicações de uma reserva de criptomoedas.
O aumento do bitcoin e de outras criptomoedas continua a atrair a atenção de investidores e analistas, que observam de perto as movimentações políticas e econômicas que podem influenciar o futuro do mercado. Com a administração de Trump, muitos esperam que a regulamentação das criptomoedas se torne mais amigável, o que poderia abrir novas oportunidades para o crescimento deste setor.
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