Arthur Lira sugere reforma ministerial para garantir governabilidade em 2025
O presidente da Câmara, Arthur Lira, alerta aliados sobre a necessidade de ajustes no governo Lula para melhorar a governabilidade e a representação na Esplanada.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem conversado com aliados sobre a urgência de uma reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ser implementada em 2025. Segundo Lira, a atual configuração ministerial não reflete adequadamente a representação política no Congresso, o que pode comprometer a governabilidade do governo petista.
Atualmente, o Partido dos Trabalhadores (PT) ocupa dez ministérios, controlando cerca de 80% dos recursos disponíveis nas pastas, apesar de representar apenas 12% dos votos na Câmara. Essa discrepância tem gerado insatisfação entre os partidos do Centrão, que se sentem subrepresentados na Esplanada. Lira tem enfatizado a necessidade de equilibrar essa balança, afirmando que algumas legendas estão sobrecarregadas com ministros, enquanto outras carecem de representação.
Em suas conversas, Lira também destacou que o governo precisa de uma comunicação mais eficaz com os parlamentares. Ele observou que, em comparação a gestões anteriores, Lula tem recebido menos deputados em seu gabinete, o que tem contribuído para um clima de descontentamento entre os congressistas. “É fundamental que o presidente dialogue mais com os deputados para fortalecer a base de apoio”, afirmou Lira a seus interlocutores.
Além disso, Lira mencionou que o governo deve agir com mais agilidade na tramitação de propostas legislativas. Ele alertou que a continuidade do “fogo amigo” entre diferentes alas do governo pode prejudicar a aprovação de iniciativas importantes. “Precisamos parar com as disputas internas e focar em uma agenda comum”, ressaltou.
O presidente da Câmara também fez um balanço de sua gestão, afirmando que o plenário ganhou mais protagonismo durante seu mandato, mas que ainda há espaço para melhorias. Ele lamentou a não aprovação do projeto de lei das fake news, que, segundo ele, é essencial para regular as redes sociais e garantir a responsabilidade das plataformas.
Em relação à anistia aos presos do 8 de janeiro, Lira afirmou que o tema deve continuar sendo discutido no próximo ano. Ele reconheceu que a tramitação desse projeto foi interrompida, mas acredita que a questão ainda é relevante e deve ser abordada na Câmara.
Por fim, Lira revelou que, após deixar a presidência da Câmara, pretende focar na formação de uma federação entre os partidos União Brasil, PP e Republicanos, que, se concretizada, poderá garantir uma bancada forte no Congresso. Ele também mencionou que o Senado é um objetivo a ser alcançado em 2026, onde enfrentará o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na disputa por uma vaga.
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