Lula planeja reforma ministerial para garantir apoio político até 2026
O presidente busca fortalecer sua base aliada e se preparar para as eleições de 2026 com mudanças no governo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou, durante um almoço com seus ministros na última sexta-feira, 20, que pretende realizar mudanças significativas no primeiro escalão do governo. Embora tenha evitado entrar em detalhes sobre nomes e cargos, a pressão de aliados no Congresso para que essas alterações ocorram é evidente, especialmente com a aproximação das eleições para a presidência da Câmara e do Senado em 2025.
A necessidade de uma reforma ministerial está diretamente relacionada à formação de alianças que serão cruciais para a disputa eleitoral de 2026. Segundo informações obtidas, alguns políticos que atualmente estão próximos ao governo podem não apoiar Lula nas próximas eleições, devido a bases eleitorais que rejeitam sua figura. Essa situação torna a reestruturação ministerial uma prioridade para garantir a governabilidade e a fidelidade dos aliados.
No encontro realizado no Palácio da Alvorada, Lula também mencionou que, após passar por dois procedimentos cirúrgicos para tratar uma hemorragia intracraniana, ele irá desacelerar sua rotina. O presidente enfatizou que, por amor a si mesmo e à primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, seguirá as recomendações médicas que limitam sua agenda nos próximos 45 dias. Embora possa realizar reuniões, compromissos mais extenuantes, como viagens, deverão ser evitados.
Tradicionalmente, Lula costuma promover uma reunião ministerial no final do ano, um evento que se estende por um dia inteiro e onde ele discursa e ouve seus auxiliares. Contudo, devido à sua recuperação, a reunião foi substituída por um encontro mais informal, com características de confraternização de fim de ano, que ocorreu na tarde de sexta-feira e durou cerca de duas horas.
Durante o almoço, apenas duas pessoas fizeram pronunciamentos. Janja deu as boas-vindas aos presentes e, em seguida, Lula compartilhou informações sobre sua saúde e os resultados do governo ao longo do ano. O presidente também refletiu sobre sua infância humilde e momentos difíceis de sua trajetória, incluindo o tratamento de um câncer na garganta e um incidente recente em que o avião presidencial enfrentou problemas durante um voo ao México.
O tom do encontro foi menos político do que o habitual, mas Lula pediu aos ministros que continuem mobilizados e que promovam as ações do governo. O publicitário Sidônio Palmeira, que trabalhou na campanha de Lula em 2022, é cogitado para assumir o ministério responsável pela comunicação do Executivo.
Além disso, Lula celebrou a aprovação dos projetos do pacote fiscal pelo Congresso, destacando a agilidade do Legislativo em votar as propostas em um período de intensa cobrança do mercado financeiro por cortes de despesas. Essa pressão é um dos fatores que contribuíram para a recente alta do dólar. O presidente elogiou o esforço dos ministros para garantir as votações enquanto esteve internado e, ao final do encontro, desejou um feliz Natal e um próspero Ano Novo a todos, afirmando que retornará ao trabalho no início de janeiro.
Um dos momentos marcantes do evento foi a presença do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que também participou das discussões.
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