Durante sabatina no Senado, indicado à diretoria do BC ressaltou a importância de um câmbio flutuante e reservas internacionais robustas.
10 de Dezembro de 2024 às 11h04

Nilton David defende ação firme do Banco Central para controlar inflação no Brasil

Durante sabatina no Senado, indicado à diretoria do BC ressaltou a importância de um câmbio flutuante e reservas internacionais robustas.

O economista Nilton David, indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), afirmou nesta terça-feira, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a desancoragem das expectativas de inflação, que têm se mantido acima do teto da meta, exige uma atuação firme da autoridade monetária. David destacou que o Brasil possui fundamentos externos sólidos, com reservas internacionais relevantes, e um regime de câmbio flutuante que atua como uma linha de defesa para a economia nacional.

“A inflação e as expectativas têm se mantido acima do centro da meta e requerem ação firme do Banco Central para o cumprimento do mandato que lhe foi conferido, processo que, aliás, já está em curso”, declarou David. Ele enfatizou que a diretoria do BC tem as “condições, mandato e instrumentos” necessários para garantir a estabilidade de preços e fomentar o pleno emprego.

Nilton David, que substituirá Gabriel Galípolo na diretoria de Política Monetária em janeiro de 2025, também mencionou que o cenário econômico global é desafiador, com incertezas geopolíticas e comerciais, e que isso demanda um olhar atento à política econômica global. “Nosso país é parte desse contexto e um ator importante no universo dos mercados emergentes”, afirmou.

O economista ressaltou a importância do regime de metas de inflação, que considera apropriado para lidar com a operação regular da macroeconomia e seus choques. Ele também elogiou a solidez da expansão do crédito e da atividade econômica no Brasil, além de mencionar que o país apresenta a menor taxa de desemprego da história.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

“Tenham a certeza do meu compromisso integral e cumprimento desses objetivos”, disse David, reafirmando sua determinação em zelar pela estabilidade do sistema financeiro. Ele ainda alertou que, para assegurar o cumprimento das metas de inflação, será necessário um aumento significativo da taxa de juros nos próximos meses.

Durante a sabatina, outros indicados por Lula ao BC também expressaram seu compromisso com a missão de controlar a inflação. Izabela Correa, indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, e Gilneu Vivan, indicado para a Diretoria de Regulação, também destacaram a importância de suas funções para a estabilidade econômica do país.

Com a confirmação dos nomes indicados por Lula, a diretoria do Banco Central, a partir de 2025, será composta em sua maioria por integrantes escolhidos pelo atual presidente da República. Isso representa uma mudança significativa na condução da política monetária, especialmente após a autonomia do BC, estabelecida em 2021, que garantiu mandatos fixos para o presidente e diretores da instituição.

O Banco Central tem como principal missão o controle da inflação, definindo a taxa básica de juros da economia com base em um sistema de metas. A atual meta de inflação é de 3%, com uma margem de tolerância que permite oscilações entre 1,5% e 4,5% sem que seja considerada descumprida. O mercado financeiro, no entanto, já projeta que a inflação de 2024 deve ficar acima do teto da meta, o que pode exigir medidas mais rigorosas por parte da nova diretoria do BC.

Veja também:

Tópicos: