Aumento da dívida pública pode desestabilizar mercados financeiros em 2025, alerta BIS
Banco de Compensações Internacionais pede ação imediata das autoridades para evitar danos econômicos.
A crescente preocupação com o aumento da oferta de dívida pública e seu potencial para desestabilizar os mercados financeiros foi destacada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) em um relatório recente. O órgão, que atua como consultor para bancos centrais em todo o mundo, enfatizou a necessidade urgente de que as autoridades adotem medidas para mitigar os riscos econômicos associados a essa situação.
Claudio Borio, chefe do departamento monetário e econômico do BIS, expressou sua preocupação com o que considera um excesso de dívida governamental, que pode provocar rupturas no mercado de títulos e afetar outros ativos financeiros. Ele alertou que, embora os mercados ainda não tenham enfrentado os chamados “vigilantes de títulos”, que elevam os custos de empréstimos para pressionar os países a abandonarem práticas fiscais irresponsáveis, essa situação pode mudar rapidamente.
“Os mercados financeiros estão começando a perceber que terão que absorver esses volumes crescentes de dívida pública”, afirmou Borio, ao comentar sobre o último relatório trimestral do BIS. Ele ressaltou que a adaptação das políticas econômicas pelas autoridades pode levar tempo e que, se esperarem que os mercados reajam, pode ser tarde demais para evitar consequências negativas.
O relatório também apontou que os grandes déficits orçamentários indicam que a dívida soberana dos países pode aumentar em até um terço até 2028, alcançando a cifra alarmante de 130 trilhões de dólares, conforme estimativas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).
Além disso, o BIS observou um aumento da incerteza em relação ao futuro das taxas de juros globais, à medida que os principais bancos centrais começam a implementar cortes. Apesar disso, a economia global continua a mostrar resiliência, impulsionada pelo robusto crescimento dos Estados Unidos.
A volatilidade crescente nos mercados de câmbio também foi mencionada, reduzindo o incentivo para que os operadores reestruturem suas posições após uma significativa diminuição nas chamadas “carry trades” em agosto, o que resultou em perturbações nos mercados financeiros globais.
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