Banco de Compensações Internacionais pede ação imediata das autoridades para evitar danos econômicos.
10 de Dezembro de 2024 às 13h15

Aumento da dívida pública pode desestabilizar mercados financeiros em 2025, alerta BIS

Banco de Compensações Internacionais pede ação imediata das autoridades para evitar danos econômicos.

A crescente preocupação com o aumento da oferta de dívida pública e seu potencial para desestabilizar os mercados financeiros foi destacada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) em um relatório recente. O órgão, que atua como consultor para bancos centrais em todo o mundo, enfatizou a necessidade urgente de que as autoridades adotem medidas para mitigar os riscos econômicos associados a essa situação.

Claudio Borio, chefe do departamento monetário e econômico do BIS, expressou sua preocupação com o que considera um excesso de dívida governamental, que pode provocar rupturas no mercado de títulos e afetar outros ativos financeiros. Ele alertou que, embora os mercados ainda não tenham enfrentado os chamados “vigilantes de títulos”, que elevam os custos de empréstimos para pressionar os países a abandonarem práticas fiscais irresponsáveis, essa situação pode mudar rapidamente.

“Os mercados financeiros estão começando a perceber que terão que absorver esses volumes crescentes de dívida pública”, afirmou Borio, ao comentar sobre o último relatório trimestral do BIS. Ele ressaltou que a adaptação das políticas econômicas pelas autoridades pode levar tempo e que, se esperarem que os mercados reajam, pode ser tarde demais para evitar consequências negativas.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

O relatório também apontou que os grandes déficits orçamentários indicam que a dívida soberana dos países pode aumentar em até um terço até 2028, alcançando a cifra alarmante de 130 trilhões de dólares, conforme estimativas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF).

Além disso, o BIS observou um aumento da incerteza em relação ao futuro das taxas de juros globais, à medida que os principais bancos centrais começam a implementar cortes. Apesar disso, a economia global continua a mostrar resiliência, impulsionada pelo robusto crescimento dos Estados Unidos.

A volatilidade crescente nos mercados de câmbio também foi mencionada, reduzindo o incentivo para que os operadores reestruturem suas posições após uma significativa diminuição nas chamadas “carry trades” em agosto, o que resultou em perturbações nos mercados financeiros globais.

Veja também:

Tópicos: