Francisco Manoel do Nascimento Neto, primo do deputado Elmar Nascimento, foi detido em ação que investiga desvios de R$ 1,4 bilhão do Dnocs.
10 de Dezembro de 2024 às 14h59

Vereador é preso após jogar sacola de dinheiro pela janela em operação da PF

Francisco Manoel do Nascimento Neto, primo do deputado Elmar Nascimento, foi detido em ação que investiga desvios de R$ 1,4 bilhão do Dnocs.

Na manhã desta terça-feira (10), a Policia Federal (PF) prendeu o vereador Francisco Manoel do Nascimento Neto, conhecido como Francisquinho Nascimento, em uma operação que investiga um desvio de recursos públicos estimado em R$ 1,4 bilhão do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Durante a abordagem, o parlamentar arremessou uma sacola com dinheiro pela janela de seu apartamento em Salvador, mas os agentes conseguiram recuperar o montante.

Francisco Nascimento, que é primo do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), foi um dos alvos da Operação Overclean, que visa desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes licitatórias e corrupção. A operação, que envolveu também o Ministério Público Federal (MPF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, resultou na prisão de 15 pessoas e no cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

De acordo com informações da PF, a sacola que Francisco jogou continha maços de notas de R$ 100, e a estimativa inicial é de que o valor totalizasse cerca de R$ 250 mil. Os investigadores ainda estão realizando a contagem oficial do dinheiro apreendido. Além de Nascimento, outros envolvidos na operação também estão sendo investigados por suspeitas de receber propinas para favorecer empresários em contratos com a administração pública.

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Durante a operação, a PF também apreendeu diversos itens de luxo, incluindo joias e relógios da marca Rolex, que teriam sido adquiridos com recursos desviados. Entre os alvos da ação, estava o empresário José Marcos de Moura, aliado do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que é suspeito de pagar propinas a funcionários públicos em troca de contratos.

A investigação teve início em 2023, após uma denúncia de lavagem de dinheiro relacionada a sócios de uma empresa contratada pelo Dnocs. A apuração revelou que a organização criminosa utilizava empresas de fachada e “laranjas” para fraudar contratos públicos e lavar dinheiro. O esquema envolvia superfaturamento de obras e desvios de recursos, facilitados por intermediários que manipulavam a liberação de verbas para projetos previamente selecionados.

Os detalhes da operação e as evidências coletadas até o momento indicam que a organização movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão durante o período investigado, com contratos que totalizaram R$ 825 milhões apenas em 2024. A PF continua a investigação e busca desmantelar completamente a rede de corrupção que se estabeleceu.

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