Francisco Nascimento, primo de ex-candidato à presidência da Câmara, tenta se livrar de provas em ação da Polícia Federal.
11 de Dezembro de 2024 às 14h20

Vereador da Bahia joga R$ 220 mil pela janela e é preso pela PF em operação

Francisco Nascimento, primo de ex-candidato à presidência da Câmara, tenta se livrar de provas em ação da Polícia Federal.

Na manhã desta terça-feira (10), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Overclean, que resultou na prisão de Francisco Nascimento, vereador de Campo Formoso (BA), após uma cena inusitada: ele arremessou uma sacola com R$ 220 mil pela janela de seu apartamento em Salvador, momentos antes de ser detido.

A operação, que visa desarticular um esquema de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos, apura indícios de que a organização criminosa movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão desde 2020. Deste total, R$ 825 milhões foram em contratos firmados apenas em 2024, segundo informações da PF.

Francisco, primo do deputado federal Elmar Nascimento, que já se apresentou como candidato à presidência da Câmara, foi um dos 17 alvos da operação. Os investigadores identificaram que o vereador estaria envolvido em um esquema que utilizava empresas de fachada para fraudar contratos públicos, direcionando recursos de emendas parlamentares e convênios para obras superfaturadas.

Durante a abordagem, os agentes encontraram a sacola com o dinheiro, que o vereador tentou desesperadamente descartar. A PF também apreendeu R$ 700 mil em espécie na residência de outro suspeito, Flávio Henrique Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação de Salvador.

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Os mandados de prisão e busca foram cumpridos em diversos estados, incluindo Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Tocantins. Além das prisões, a Justiça determinou o sequestro de bens que totalizam mais de R$ 162 milhões, que seriam utilizados na compra de imóveis de luxo, aeronaves e veículos caros.

A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), além do apoio da agência americana Homeland Security Investigations (HSI). As investigações revelaram que a organização criminosa utilizava táticas sofisticadas para lavar o dinheiro desviado, incluindo a manipulação de contratos e a utilização de laranjas.

Francisco Nascimento, que foi eleito vereador em 2024, agora terá que explicar à Justiça a origem do dinheiro encontrado em sua posse e por que mantinha tal quantia em casa. A defesa do vereador não se manifestou até o momento, alegando que ainda não teve acesso aos autos do processo.

O primo de Francisco, Elmar Nascimento, não é alvo da investigação, mas a situação levanta questões sobre a influência da família na política local e a necessidade de maior transparência nas ações dos representantes públicos.

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