Alexandre Nardoni é autorizado a passar festas de fim de ano em Guarujá
Condenado pelo assassinato da filha, Nardoni ficará em condomínio de luxo sob regras restritivas
Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella Nardoni, receberá autorização judicial para passar as festas de fim de ano em um condomínio de luxo localizado no Guarujá, litoral paulista. A decisão foi proferida pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, que acatou o pedido da defesa do detento para que ele pudesse se deslocar até a cidade.
O período de permanência de Nardoni no litoral está estipulado entre 23 de dezembro de 2024 e 3 de fevereiro de 2025. Durante esse tempo, ele deverá residir em uma casa no bairro Jardim Acapulco, uma área conhecida por sua alta valorização imobiliária e segurança.
A autorização para a saída temporária vem acompanhada de condições rigorosas que Nardoni deverá seguir. Ele é obrigado a permanecer na residência registrada entre 20h e 6h, além de estar proibido de frequentar bares, casas de jogos e outros locais que não sejam compatíveis com o benefício concedido pela Justiça.
Essa decisão ocorre em um contexto em que Nardoni já se encontra em regime aberto, após ter cumprido mais da metade de sua pena em regime fechado. Em maio de 2024, a Justiça concedeu a progressão de pena, apesar da oposição do Ministério Público de São Paulo, que argumentou que o condenado não preenchia os requisitos subjetivos para tal mudança de regime.
O juiz responsável pela decisão, José Loureiro Sobrinho, justificou a progressão ao afirmar que Nardoni demonstrou boa conduta durante o cumprimento da pena, além de ter uma situação processual definida. O magistrado também destacou que o detento já havia usufruído de saídas temporárias anteriores sem incidentes.
O caso de Isabella Nardoni, que chocou o Brasil em 2008, envolve a morte da menina de apenas 5 anos, que foi arremessada do sexto andar do prédio onde seu pai residia, na zona norte de São Paulo. A investigação revelou que a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, também foi condenada pelo crime, sendo apontada como responsável por agredi-la antes do trágico desfecho.
As circunstâncias do crime e o envolvimento de Nardoni e sua esposa tornaram o caso um dos mais emblemáticos da história criminal brasileira. Isabella foi encontrada gravemente ferida e faleceu a caminho do hospital, o que gerou uma ampla cobertura da mídia e uma forte reação da sociedade.
Anna Carolina Jatobá, que também cumpriu pena pelo crime, obteve a progressão para o regime aberto e deixou a prisão no ano passado. O caso continua a ser um tema sensível e controverso, refletindo as complexidades do sistema judicial e as questões de segurança pública no Brasil.
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